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Exposição Dos Brasis no Sesc Belenzinho celebra negritudes e suas potências

Exposição que vai até 28 de Janeiro de 2024 é a mais abrangente dedicada exclusivamente à produção de artistas negros já realizada no país e conta com sete núcleos temáticos, reunindo cerca de 240 artistas e coletivos negros, de todos os estados do Brasil

14/09/2023 às 15h00 Atualizada em 15/09/2023 às 02h42
Por: Carol Ueno Fonte: Site Sesc
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Nem o sabão é neutro”, de Paula Duarte.
Nem o sabão é neutro”, de Paula Duarte.

A abertura da exposição, que ocupa diversos espaços no Sesc Belenzinho, aconteceu no dia 02 de agosto, em São Paulo e segue aberta, com visitação gratuita, até 28 de janeiro de 2024. Depois, uma parte da mostra circulará em espaços do Sesc por todo o Brasil pelos próximos 10 anos. Realizada a partir de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da instituição de todo o país, a exposição apresentará ao público trabalhos em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidos entre o fim do século XVIII até o século XXI por 240 artistas negros, entre homens e mulheres cis e trans, de todos os estados do Brasil; como Abdias Nascimento, Ana das Carrancas, Bispo do Rosário, Erica Malunguinho, Mestre Didi, Ruben Valentim entre outros. A lista completa dos artistas participantes está disponível aqui.

A ideia nasceu em 2018. Um projeto de pesquisa, fruto do desejo institucional do Sesc em conhecer, dar visibilidade e promover a produção afro-brasileira. Para sua realização, foram convidados os curadores Hélio Menezes e Igor Simões. Em 2022, o projeto passa a ter a curadoria geral de Simões, com os curadores adjuntos Marcelo Campos e Lorraine Mendes. Para se chegar a esse expressivo e representativo número de artistas negros, presentes em todo o território nacional, foram abertas duas importantes frentes. Na primeira, foram realizadas pesquisas in loco em todas as regiões do Brasil, com a participação do Sesc em cada estado, com o objetivo de trazer a público vozes negras da arte brasileira. Essas ações desdobraram-se em atividades e programas como palestras, leituras de portfólio, exposições, entre outros, com foco local. Vale ressaltar que esse processo teve uma atenção para que não se limitasse apenas às capitais do país, englobando também a produção artística da população negra de diversas localidades, como cidades do interior e comunidades quilombolas. A equipe curatorial pesquisou obras e documentos em ateliês, portfólios e coleções públicas e particulares, para oferecer ao público a oportunidade de conhecer um recorte da história da arte produzida pela população negra do Brasil e entender a centralidade do pensamento negro na arte brasileira. A segunda frente foi a realização de um programa de residência artística on-line intitulado “Pemba: Residência Preta”, que contou com mais de 450 inscrições e selecionou 150 residentes. De maio a agosto de 2022, os integrantes foram orientados por Ariana Nuala (PE), Juliana dos Santos (SP), Rafael Bqueer (PA), Renata Sampaio (RJ) e Yhuri Cruz (RJ). A residência, que reuniu artistas, educadores e curadores/críticos, contou ainda com uma série de aulas públicas, com a participação de Denise Ferreira da Silva, Kleber Amâncio, Renata Bittencourt, Renata Sampaio, Rosana Paulino e Rosane Borges, disponíveis no canal do Sesc Brasil no YouTube.


Série “Até os filhos do urubu nascem brancos”, de Waleff Dias.

OS NÚCLEOS

A proposta curatorial rompe com divisões como cronologia, estilo ou linguagem. Para esta exposição de arte preta, não caberá a junção formal, estilística ou estética. Dessa maneira, os espaços expositivos do Sesc Belenzinho contarão com sete núcleos – Romper, Branco Tema, Negro Vida, Amefricanas, Organização Já, Legitima Defesa e Baobá – que têm como referência pensamentos de importantes intelectuais negros da história do Brasil como Beatriz Nascimento, Emanoel Araújo, Guerreiro Ramos, Lélia Gonzales e Luiz Gama. 

“As premissas de narração cronológica, estilística ou quaisquer outros agrupamentos formais das histórias canônicas eurocentradas também não são opção. Em seu lugar, trabalhamos com a ideia de constelações: encontros, aproximações e distanciamentos entre diferentes proposições, que expõem suas particularidades e suas conexões. Sob o rótulo ‘arte preta’ não caberá qualquer mecanismo de junção formal, estilística ou estética”, explicam os curadores.

Rafael Bqueer, Belém (PA), 1992. Pancadão, 2023. Vídeo dança.

DOS BRASIS – ARTE E PENSAMENTO NEGRO

Local: Sesc Belenzinho 
Abertura: 2 de agosto de 2023, quarta-feira, às 19h
Período expositivo: 3 de agosto de 2023 a 28 de janeiro de 2024
Horário de funcionamento: Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 18h
Acessibilidade: Rampas, elevadores, piso tátil, banheiros adaptados e outros equipamentos acessíveis.
Classificação indicativa: Livre 
Entrada gratuita 

 

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