Deputados europeus defenderam nesta terça-feira (16) o fechamento ainda neste ano do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Segundo eles, essa seria a melhor oportunidade para os blocos, tendo em vista que a eleição do Parlamento Europeu vai estar no centro das atenções da UE no primeiro semestre de 2024.
Uma delegação de congressistas europeus participou de reunião sobre o tema na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Negociado desde 1999, o acordo ainda sofre entraves sobretudo nas áreas ambiental, agrícola e trabalhista.
Na opinião do deputado europeu Herbert Dorfmann, as eleições para o Parlamento Europeu que ocorrem entre maio e junho de 2024 podem retirar a prioridade sobre as negociações diplomáticas e prejudicar ainda mais a conclusão do acordo. “Será muito difícil votar o acordo no primeiro semestre do próximo ano”, salientou.
Ele lembrou ainda que as negociações internas do Mercosul também podem ser prejudicadas pelas eleições presidenciais argentinas, que ocorrem em outubro deste ano.
Parceria estratégica
Nessa mesma linha, o chefe da delegação europeia, deputado José Manuel Fernandes, observou que a maioria da atual composição do Parlamento Europeu é favorável ao acordo. Segundo ele, é importante resgatar a parceria estratégica "adormecida" entre Brasil e União Europeia.
"Nós temos de reforçar essa parceria para além disso, é crucial que tenhamos uma estratégia win-win (dois lados ganham). UE e Brasil são 750 milhões de pessoas, são 25% do PIB global, e ainda poderíamos influenciar positivamente outros espaços", reforçou o parlamentar português.
O deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP) disse que o acordo vai impulsionar o diálogo bilateral em questões relativas ao meio ambiente, aos direitos dos trabalhadores e aos direitos humanos, além de servir de plataforma para modernizar as economias do Mercosul.
"Estou convencido de que este acordo servirá de plataforma para modernizar e diversificar as economias e para desenvolver reformas estruturais e de competitividade, tanto no setor público quanto no privado", frisou.
Democracia
Além do acordo comercial, o documento seria importante para reforçar os valores democráticos entre os países, na visão do deputado europeu João Albuquerque. "Independentemente das divergências políticas que são sempre saudáveis e representam a pluralidade da sociedade brasileira, que possamos trabalhar em conjunto para que esse acordo não seja só um acordo de comércio, e sim um acordo de cooperação, fortalecendo os laços dos dois lados do Atlântico", disse.
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