Com o objetivo de aprimorar o acompanhamento e o tratamento dos casos de tuberculose em Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), realiza ações voltadas ao enfrentamento da doença no estado. A proposta é garantir que os profissionais estejam alinhados com as normativas atualizadas e aptos a atuar de forma resolutiva em todas as esferas de atenção primária, secundária e terciária, visando desfechos mais favoráveis, à interrupção da cadeia de transmissão da doença e uma assistência digna à população.
Na última terça-feira, dia 27, a SES, por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa) e da Escola de Saúde Pública de Sergipe (ESP-SE), promoveu uma capacitação voltada ao manejo clínico e às diretrizes terapêuticas da doença. A iniciativa reuniu médicos, enfermeiros e demais profissionais da assistência à saúde, com foco no protocolo de diagnóstico, tratamento, encerramento de casos e estratégias de busca ativa.
De acordo com a enfermeira Heide Mesquita, referência técnica estadual em tuberculose, a metodologia utilizada no encontro é interativa e prática. “Essa capacitação tem uma dinâmica ativa. Trazemos um caso clínico, vai trabalhando os problemas com os participantes e, depois, entra com a teoria. É fundamental que todos os profissionais que acompanham pacientes, em qualquer nível de atenção, tenham conhecimento do protocolo da tuberculose, para que possamos oferecer um tratamento eficaz e quebrar a cadeia de transmissão da doença”, destaca.
A profissional também reforçou a importância da notificação dos casos para o fortalecimento das políticas públicas. “A tuberculose é uma doença de notificação compulsória. O profissional que realiza o diagnóstico tem a obrigação de inserir os dados no sistema de agravos de notificação. Nele constam os exames, o tratamento e todo o histórico do paciente, o que permite o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação dos indicadores de saúde que estamos buscando alcançar”, completa.
Para o médico Leandro Rocha, que atua no município de Estância, a capacitação é essencial para melhorar o atendimento e o diagnóstico dos pacientes. “Esse momento é importantíssimo para termos acesso ao fluxograma do estado e do município, garantindo qualidade no diagnóstico e no tratamento. Assim, a gente proporciona uma melhor qualidade de vida aos pacientes atendidos, principalmente na Atenção Primária à Saúde”, afirma.
Ainda de acordo com o médico, a ação também serve como uma ferramenta de conscientização junto à população. “Existe uma resistência muito grande em procurar o serviço de saúde, muitas vezes por desconhecimento da doença. Por isso, essa capacitação também nos ajuda a desenvolver ações de busca ativa e de conscientização nas comunidades, orientando os pacientes sobre a importância dos testes rápidos e do tratamento adequado”, acrescenta.
A enfermeira Anne Manoelle Santos, que atua na cidade de Campo do Brito, também participou do encontro e reforçou a importância do conteúdo abordado. “A capacitação é muito importante para todos os profissionais de enfermagem, inclusive técnicos e coordenadores. Ela nos orienta sobre como conduzir tanto os casos novos quanto os de retratamento. No meu caso, por exemplo, recebi um paciente vindo de outro estado e estava em dúvida sobre como conduzir. Com essa capacitação, entendi melhor o fluxo, o diagnóstico e o papel do estado nesse processo”, relata.