Por meio do programa Qualifica Sergipe, o Governo do Estado tem levado formação profissional de qualidade a milhares de sergipanos, interiorizando oportunidades e conectando o trabalhador às demandas reais do mercado. Implementado pela Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), o programa já matriculou mais de 4 mil pessoas em 27 municípios e segue ampliando sua atuação, com meta de ofertar 22 mil vagas até o próximo ano. Os cursos são variados e se adaptam às potencialidades de cada localidade, com áreas que vão desde confeitaria, costura e modelagem, mecânica industrial, tecnologia e operação de máquinas agrícolas, entre outros. 

Segundo o secretário de Estado do Trabalho, Jorge Teles, a iniciativa nasceu para suprir uma lacuna do mercado: vagas de emprego disponíveis que não são preenchidas por falta de qualificação. “Buscamos entender o potencial econômico de cada região e ofertamos cursos alinhados a esse cenário. O objetivo é gerar mais empregabilidade para quem precisa”, destaca.

Ele explica que o programa foi construído com uma governança colaborativa, envolvendo o Sistema S, formado por nove entidades, com destaque para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), que oferecem os cursos em suas unidades fixas e também por meio de carretas, que percorrem todo o estado, equipadas com salas de aula e laboratórios.

“O Sistema S detém a melhor estrutura profissionalizante do Estado de Sergipe, com laboratórios, com professores, com programas específicos já formados, uma estrutura que  foi amadurecida durante muitos anos e que serve à sociedade. A partir da contratação do Estado, conseguimos potencializar essa ação, construímos o diálogo com o mercado, ofertarmos qualificação que vai permitir ao sergipano mais empregabilidade”, reforça. 

Conhecimento que virou negócio

Durante a pandemia da Covid-19, muitas pessoas tiveram que reinventar suas vidas. Entre elas, Camila Ferreira, 35 anos, que encontrou no pudim não apenas uma receita doce de família, mas um caminho para transformar sua realidade. O que começou como uma alternativa de renda virou negócio e, hoje, o Meu Pudim Aju é uma marca consolidada, com clientela fiel e planos de expansão. “Comecei a fazer pudim durante a pandemia, quando tudo parou. Vi que tinha aceitação, que as pessoas gostavam, então resolvi abrir uma loja, mas sabia que precisava me especializar. Foi aí que descobri o curso de manipulação de alimentos do Qualifica Sergipe e me inscrevi”, conta. 

Por meio do curso gratuito, oferecido pelo Governo do Estado, ela aprendeu sobre segurança alimentar, conservação e boas práticas na cozinha. “Isso elevou a qualidade do meu produto e me deu confiança para expandir. Até as caldas do pudim, hoje, eu vendo separadamente”, relata a empreendedora, que expandiu o negócio para um shopping da capital sergipana. 

Mais do que técnica, Camila destacou a mudança de mentalidade que o programa proporcionou. “O curso abriu minha cabeça. E o melhor: é gratuito, está disponível para qualquer pessoa. Basta ter vontade e se inscrever. É uma porta aberta pelo governo que faz toda a diferença”, frisa. 

Professora formada em Letras Portuguesa e Espanhol e engenheira de Petróleo e Gás, a empresária é, hoje, um exemplo de superação, empreendedorismo e da importância da qualificação gratuita e acessível. “Sem o curso, talvez não tivesse conseguido profissionalizar meu produto. Os professores são excelentes, e as oportunidades são muitas. É só querer. Lá você conhece gente, aprende, amplia sua visão. É uma rede de apoio que transforma vidas”, reforça. 

Interiorização de oportunidades

Na cidade de Ribeirópolis, por exemplo, o curso de mecânico de motocicletas começou com grande adesão da comunidade. De acordo com o professor Adilson Rodrigues, do Senai, o objetivo é qualificar pessoas para realizar manutenções completas em motocicletas, abordando desde freios até injeção eletrônica. “O curso é voltado tanto para quem busca o primeiro emprego quanto para quem já está no mercado e precisa se atualizar. Ele oferece conhecimento técnico completo e um certificado reconhecido. Isso abre portas e oportunidades reais”, afirma.

A secretária municipal de Assistência Social de RIbeirópolis, Edvânia  Carvalho, destacou a relevância da parceria. “É de grande importância a gente qualificar, gerar mão de obra. Ensinar a pescar e não dar o peixe pronto. Esses cursos vão gerar emprego e renda para o nosso município”, salienta. 

Entre os alunos, histórias diversas refletem o alcance da iniciativa. Denílson Carvalho de Jesus, de 27 anos, morador do Povoado Pinhão, trabalha na roça, mas viu no curso uma chance de aprendizado e, quem sabe, de empreender futuramente. “Sou curioso com motos, agora, estou aprendendo de verdade. É importante porque o curso é gratuito e pode ajudar a gente a ser patrão, a abrir o próprio negócio ou conseguir um emprego melhor”, relata. 

Valdir Santos Teixeira, de 43 anos, trabalha com vendas e decidiu buscar uma nova qualificação. “Quero montar minha própria oficina um dia. Esses cursos ajudam a gente a sair na frente com um certificado. É uma chance que o governo está dando para quem quer melhorar de vida”, considera. 

Já Andresa Tavares dos Santos, de 30 anos, também moradora de Ribeirópolis, vê o curso como um investimento no futuro. “Não tenho noção, ainda, mas quero aprender. Mesmo que eu não trabalhe diretamente com motos, estou acumulando conhecimento. Quanto mais qualificação, melhor para o mercado de trabalho”, declara ela, que também participará do curso de operador de caixa.

Empreendedorismo

Além de capacitar para o mercado formal, o programa também mira o empreendedorismo. “A gente qualifica, também, quem quer montar seu próprio negócio. Fortalecemos essas atividades com conhecimento”, enfatiza o secretário Jorge Teles.

Neste ano, já foram abertas mais de 3.200 vagas apenas na área de alimentos. Também estão sendo ofertadas formações em turismo, agricultura e operação de equipamentos como drones e retroescavadeiras. “Qualificamos para a Páscoa, agora, estamos qualificando para os festejos juninos e vamos, também, para as festas do fim de ano. Vamos seguir ampliando a oferta. Além disso, temos qualificações acontecendo na agricultura, como operador de trator, operador de retroescavadeira, drone agrícola, colheitadeira. As qualificações já estão acontecendo por todo o estado de Sergipe e, com certeza, vamos atingir a meta proposta”, destaca Teles. 

Segundo o secretário, são mais de 22 carretas circulando por Sergipe, levando qualificação profissional e contribuindo, ainda, para uma mudança de cultura ao indicar as áreas com maior demanda no mercado de trabalho. “Os cursos são direcionados para fortalecer o potencial econômico de cada região, permitindo que os moradores de qualquer parte do estado tenham acesso à formação necessária para ingressar no mercado”, complementa.