O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh) e da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh), abriu, nessa quarta-feira (27), o ‘I Seminário Antirracista do Suas: desafios, reflexões e fortalecimento da política de Assistência Social para população negra, comunidades tradicionais e quilombolas no estado da Paraíba’. O evento sobre as ações do Sistema Único de Assistência Social (Suas) ocorre no Auditório da Faculdade Maurício de Nassau, até esta quinta-feira (28).
No primeiro dia do Seminário, o representante da Semdh e coordenador do Centro João Balula, Antônio Marcos Nascimento, falou sobre o Panorama da Política de Igualdade Racial na Paraíba. Em seguida, técnicos da Sedh apresentaram as ações da Secretaria para o combate do racismo. A abertura contou ainda com a apresentação cultural do rapper Filosofino.
O gerente executivo da Proteção Especial da Sedh, Albeno Silva, que representou a secretária Pollyanna Werton, frisou que o Seminário objetiva preparar os profissionais, melhorar os equipamentos e os trabalhos sociais para o enfrentamento ao racismo.
“Os equipamentos da Assistência atendem às pessoas mais necessitadas, mais pobres, com déficit educacional, de renda e vários outros problemas. E isso vem de uma matriz de escravidão, que no Brasil durou mais de 350 anos e as pessoas pretas e pobres não tiveram a inclusão, cidadania e direitos básicos concedidos. Então, para trabalhar com a questão racial, são necessários um preparo e uma junção de forças que entendam a complexidade desse problema”, explicou Albeno.
O representante da Semdh, Antônio Marcos, disse que “o evento na verdade significa a efetivação do Plano de Promoção de Igualdade Racial que o Governo da Paraíba tem. Esse pacto foi celebrado com diversos órgãos e secretarias do Governo no compromisso de promoção de igualdade racial”.
Durante o Seminário, o coordenador-geral de Programas e Ações de Combate às Discriminações (CGPACD) do Departamento de Proteção Social Básica do Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome (MDS), Bruno Alves Chaves, destacou as perspectivas antirracistas no MDS.
Bruno ressaltou que “uma iniciativa como essa é extremamente importante porque a nossa população que acessa os serviços da Assistência é 90% negra e então é preciso aprender e reconstruir no sentido de perspectivas de ação, de atuação e acesso aos serviços”.
Ele ainda antecipou algumas novidades na política da Assistência Social Brasileira. Nesta sexta-feira (29), será lançado o primeiro caderno ‘Desafios para a Construção de um Suas sem racismo’ (a publicação faz uma análise histórica da Assistência Social no Brasil e de todos os dados do cadastro relativo à população negra); e o lançamento de uma série de quatro vídeos sobre o Suas sem racismo (o primeiro deles foi apresentado durante o Seminário).
“No ano que vem, entre março e abril, nós teremos o ‘I Seminário Nacional Caminhos para a Equidade Étnico-racial do Suas’. Será o primeiro debate nacional para o assunto”, adiantou o representante do MDS.
Segundo Madalena Dias, gestora da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres e Diversidade Humana de Alhandra, que assistia ao Seminário, “estamos no mês do Novembro Negro, que é o mês da Consciência Negra, então trabalhar e discutir o enfrentamento do racismo na construção de um País antirracista é absolutamente primordial nos tempos de hoje. Essa é uma tarefa para toda a população; além do Estado estar envolvido, a sociedade precisa contribuir”.
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