Uma iniciativa ecológica marcante teve início no Parque da Cidade, em Belém: o transplante das primeiras samaumeiras, árvores icônicas da Amazônia. Com 70% das obras concluídas, esta nova fase sinaliza a integração entre desenvolvimento urbano e conservação ambiental. O projeto elaborado pelo Governo do Pará ressalta a riqueza natural da região, e também prepara a cidade para receber a importante conferência climática da ONU, a COP 30.
Segundo a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, além de ser projetado para receber a COP 30, o Parque da Cidade foi concebido como um espaço de lazer e convivência que simboliza a harmonia entre a cidade e a natureza.
A vice-governadora explicou que a presença de árvores icônicas da Amazônia, como a samaúma, reflete o compromisso do Governo com a biodiversidade e o legado ambiental que a conferência climática deixará para Belém.
Belém ganha mais espaços verdes -“A construção deste parque vai muito além de sediar um evento como a COP 30. Estamos criando um espaço que valoriza a nossa floresta e a nossa gente. E não se faz um parque sem árvores. Por isso, entre as espécies que trouxemos está a samaúma, gigante e sagrada para os povos indígenas, símbolo da força da Amazônia e da sustentabilidade que queremos promover,” destacou Hana Ghassan.
Na segunda quinzena de novembro, um lote contendo 10 samaúmas e 10 palmeiras foi entregue no parque, originário de áreas de manejo especializado. A engenheira agrônoma Juliane Moutinho, responsável pela empresa Planta - Paisagismo e Planejamento Ambiental, destacou a rigorosa seleção das árvores para garantir o sucesso do transplante.
"Cada árvore destinada ao Parque da Cidade passou por um meticuloso processo de certificação de saúde antes de ser selecionada para o transplante. Agora, elas passarão por uma fase de adaptação em uma área preparatória, antes de serem movidas para suas localizações finais", explicou Juliane.
Transplante das árvores exige serviço especializado -A maior samaúma do lote tem entre 50 a 60 anos, é considerada uma árvore jovem, pesa impressionantes 4 toneladas, e tem tronco de 1 metro de circunferência e mede 10 metros de altura, exemplificando a monumentalidade e a complexidade do processo de transplante.
O manejo das árvores centenárias, segundo Moutinho, requer uma abordagem especializada e cuidadosa, dado o tempo prolongado que essas árvores passaram em um único ambiente natural.
Este lote é parte de um plano maior que já viu o transplante bem-sucedido de flamboyants, agora florescendo com folhas e flores, dois meses após sua realocação. O Parque da Cidade, ao término das obras, abrigará mais de 1.500 árvores entre plantadas e transplantadas, além de 190 mil plantas ornamentais e 83 mil metros quadrados de grama nos seus 500 mil m² de área, transformando-se em um vibrante pulmão verde para a capital paraense.
“O trabalho de paisagismo do Parque da Cidade é um grande desafio. Temos um terreno com área árida e de solo compactado, que já funcionou como o antigo aeroporto. Também devemos considerar as particularidades de cada espécie e toda a atividade de transplantio de espécies adultas de grande porte que estamos fazendo, como é o caso das samaumeiras, seringueiras e flamboyants. Atualmente, temos cerca de 1.200 árvores plantadas e transplantadas no Parque”, disse Daniela Genú, gerente de Relacionamento e Meio Ambiente da diretoria de Valor Social Norte da Vale.
O Governo do Estado reforça que o espaço servirá como local para a COP 30, e como um legado duradouro para Belém, oferecendo à população local uma área de lazer com museu da aviação, centro de economia criativa, boulevard gastronômico, além de ciclotrilhas e ecotrilhas, promovendo a qualidade de vida, cultura e bem-estar.
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