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CENTRO, PERIFERIA, LOCALIDADE DE GUARULHOS- SP

CENTRO, PERIFERIA, LOCALIDADE DE GUARULHOS- SP

08/06/2021 às 08h52 Atualizada em 08/06/2021 às 11h52
Por: Sidney Feitosa
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Foto Reprodução: Google
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Em larga expansão populacional, a região ainda sofre com a falta de regularização fundiária, pavimentação  e saneamento básico, embora  esteja ao lado da Represa do Cabuçu que fornece água para toda a região, há locais do bairro que falta ou não chega água e também possui ausência da rede de esgoto.
Entretanto,  o maior desafio para os moradores é o grande volume de lixo produzido e a escassez da coleta seletiva realizada por empresas terceirizadas pela prefeitura. Com o aumento da população, atraída por terrenos baratos, mesmo que irregulares e sem documentação, o comércio local também tem se expandido, famosas redes de supermercados por exemplo também deram o seu jeitinho de se instaurar, o que de certa forma ajudou no desenvolvimento econômico, refletindo no consumo das pessoas, assim produzindo uma enorme escala de lixo orgânico e inorgânico diário.
Mas e a coleta diária tem ? Sim, há coleta de lixo, mas essa continua sendo não só o problema do Recreio São Jorge, mas de todo o Brasil. Primeiro que o aterro sanitário da cidade está localizado nesta região, de fauna e flora, segundo que não foi adotada a coleta seletiva pela cidade até os presentes dias e terceiro que ao andar pelo Recreio São Jorge o cidadão não encontrará uma lixeira pública para depositar o descarte de um produto consumido.
O estado  de São Paulo possui uma lei própria sobre a obrigatoriedade da coleta seletiva,  Lei 12.528/2007 seguido posteriormente da Lei Federal 12.305/2010, que instituiu a Política e impõe a responsabilidade compartilhada pela destinação dos resíduos, incluindo a coleta seletiva. Todos responderão pela destinação do lixo, Mas já em 2021 as leis estão longe de serem cumpridas.
Um outro problema comum é o desmatamento, ocasionado por  loteamentos irregulares e muitos em áreas de risco, após mudança na lei orgânica do município que reconhece as encostas e mata atlântica como patrimônio mundial, esse problema tem diminuído, mas não terminado, agora também sendo realizada pelo próprio Governo do Estado, que devastou quase 200 km da vegetação para a construção do trecho do  RodoAnel Norte, que desabrigou milhares de famílias e permanece com as obras paradas há mais de três anos, com embargos judiciais, sem previsão de conclusão e sem nenhum acesso e benfeitoria para os moradores da região.   Muitas Ongs e Proprietários da região lutam para tornar a região um polo socioambiental e turística, em meio a uma grande transformação periférica que não proporciona espaços culturais e de entretenimento, embora tenha um grande potencial turístico por abrigar uma das maiores áreas ecológicas da cidade. No Recreio São Jorge encontra-se o Hotel Santa Mônica, próximo do Parque Estadual da Cantareira - Núcleo Cabuçu, possui uma área de aproximadamente 7.900 hectares, sendo a terceira maior área verde urbana do país,  os visitantes podem ter acesso a trilhas, cachoeiras, piqueniques, centro de visitantes, viveiro de mudas, mirante e, também, a barragem da represa.  

As pessoas que moram no Recreio São Jorge são pessoas atraídas pelo baixo índice de violência, pela tranquilidade e também devido às condições climáticas favorecidas pela vegetação.  Além disso, é um atalho para quem pretende chegar rapidamente à Zona Norte da Capital Paulista, por possuir uma estrada no contorno do  Rio Cabuçu sem muito transito local. 

São várias as histórias que constroem as memórias das comunidades locais e estão marcadas em nomes de comércios, ruas e escolas ou em formas de tratamento. A escola Estadual Bom Pastor, a primeira instituição que surgiu em anexo a um orfanato em 1974, fundada por um pastor evangélico do Rio de Janeiro, a Avenida Palmira Rossi, nome quase que único de um antigo proprietário fazendeiro da região, o depósito de materiais Biquinha, construído em frente a uma das bicas das  mais importantes nascentes,  lençol do Rio Cabuçu que desagua no Rio Tietê da Capital. Sem contar os famosos pés de barro, tratamento dado pelo restante da população guarulhense aos moradores do Recreio São Jorge durante muitos anos, por não ter pavimentação nas ruas, que se transformavam em grandes lamaçais, os moradores tinham que usar sacolinhas nos pés para irem até o ponto de ônibus mais próximo, mesmo assim sujavam seus calçados, os transporte também sujava sua carroceria e ao chegar no centro da cidade, nos ônibus  com marca de barro, eram chamados de pés de barro. 

Quem vos traz essa reportagem é um Jornalista de 37 anos que vive na região há 36,5 anos  e que ainda hoje vive a realidade  transformada em meio aos diversos desafios de uma comunidade, não tão perto, mas dentro dos Centros Urbanos. 

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