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Destrinchando bons filmes:

Uma análise de toda a beleza plástica da obra de Barbie

26/09/2023 às 11h00
Por: Nicolas Galdeano
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Destrinchando bons filmes:

Um dos maiores fenômenos de marketing da história do cinema foi, sem dúvidas, Barbie, da diretora Greta Gerwig (de Adoráveis Mulheres e Lady Bird: A Hora de Voar). A expectativa para o seu lançamento foi gigante e quando esse momento finalmente chegou, em 20 de julho, houve um mar de pessoas usando rosa para ir assistir ao filme, baldes de pipocas temáticos foram vendidos, marcas renomadas criando linhas comemorativas, enfim, foi um sucesso - não a toa - pois é muito díficil achar alguém que nunca tenha ouvido falar da linha de bonecas criadas por Ruth Handler em conjunto com seu marido Elliot, co-fundador da empresa de brinquedos Mattel, que desde o seu lançamento, em 1959, ganhou diversas versões, desde a linha da Barbie profissões, até mesmo a roupas e acessórios e continua sendo vendida aos montes pelo mundo todo. 

A Barbie já têm seu histórico de filmes, principalmente de animações que são direcionadas para o público infantil, mas a proposta da Greta, na primeira versão em live-action da boneca, foi trazer uma obra que, embora, ainda possa ser assistido pelo público mais jovem, o alvo principal é justamente o público mais adulto, trazendo uma crítica social mais séria, com assuntos atuais sobre a nossa sociedade que as crianças ficarão perdidas ao assistir - desde o consumismo, feminismo, machismo, patriarcado, fascismo -. A obra é uma completa reinvenção de tudo que conheciamos sobre a boneca, e a classificação indicativa de +12 anos é um sinal disso.

Apesar dessa proposta mais adulta, os cenários e a paleta de cor do filme tornam a experiência leve. O design de produção é impecável. A atuação principalmente da Margot Robbie (a famosa Arlequina de Esquadrão Suicida) como Barbie e de Ryan Gosling (de Blade Runner: 2049 e Drive) como Ken diverte e encanta. O mundo da Barbie - a Barbielândia - consegue convencer o público que de fato, as Barbies vivem ali em harmônia, onde tudo é perfeito e funcionam da forma que deveria. Diversas referências são apresentadas - de modelos antigos e descontinuados a roupas clássicas da linha - o que traz uma sensação de nostalgia ao público que cresceu brincando e colecionando as bonecas. 

Toda a imaginação que a Greta Gerwig quer demonstrar com esse mundo rosa é muito bem executada, todos os elementos apresentados nos remetem a uma sensação de imersão ao filme. E é justamente no momento mais sério do filme, onde a Barbie vai até o mundo real e há essa quebra de tom entre os dois mundos, que quem está assistindo se sente na pele da boneca e entende a dor de uma personagem - não humana - têm ao sentir toda a complicação e complexidade que a vida humana carrega em sua essência.

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