Nos dias atuais, é muito comum vermos em cartaz filmes de super-heróis. Esse subgênero está no seu auge, principalmente com o lançamento quase que trimestrais de filmes do universo Marvel ou do universo da DC.
Porém, uma das obras mais premiadas desse subgênero surgiu a quase 20 anos atrás, e é uma animação da Pixar! Estou falando de Os Incríveis, filme escrito e dirigido por Brad Bird e lançado em dezembro de 2004. Além do sucesso de bilheteria, atingindo o valor mundial de US$ 633 milhões, a obra de Bird também foi premiada com o Oscar de Melhor Filme de Animação, Melhor Edição de Som, Melhor Roteiro Original e Melhor Mixagem de Som.
O filme começa nos levando para a "época de ouro" dos super-heróis, época em que os supers estavam no seu auge, podendo agir livremente e ajudando a trazer paz e segurança para a sociedade. Porém, após um incidente envolvendo o Sr. Incrível, onde ele salva uma vítima de suicidio - que não queria ser salva - os heróis começam a receber uma série de processos por suas ações e consequências delas (por mais bem intencionadas que sejam). Dessa forma, o governo decide proibir as ações dos super-heróis, forçando-os a viver em sociedade, como pessoas comuns. Somos então introduzidos a vida cotidiana - e monótona- de Beto Pêra, o agora ex-Sr.Incrível. Também conhecemos sua família, a esposa Helena Pêra, a ex-Mulher Elástica, e seus filhos, Violeta, Flecha e Zezé Pêra.
Infeliz com a sua vida, Beto têm uma nova chance de voltar aos seus tempos de glória após receber uma misteriosa proposta de "emprego" de um chefe secreto. Se divertindo e revivendo seus melhores dias, logo toda essa felicidade desaparece após Beto descobrir que tudo se tratava de um plano de vingança do seu antigo "maior fã": Guríncrivel, ou agora, Síndrome, após anos sendo rejeitado pelo seu ídolo. Agora, somente sua família poderá salvá-lo.
A essência de Os Incríveis é ter todos os elementos que a Pixar leva aos seus filmes: as piadas misturadas com a crítica social nas entrelinhas do roteiro (como o famoso "nada de capas" da Edna Moda), as famosas referências as outras obras do estúdio, a mensagem mais "adulta e séria" que torna o filme para a família toda, agradará não somente as crianças, mas também, os pais. É uma das melhores produções do estúdio até hoje, quase 20 anos depois, é nítido todo o cuidado que tiveram com o design, renderizando personagens seres humanos realistas na tela, mesmo que caricatos. A família Pêra é uma clara alusão ao que tinhamos como refêrencia de família na época e isso é traduzido nos poderes de cada integrante: Beto, o pai, tem a super-força que um pai precisa para proteger sua família. Helena, a mãe, têm a elasticidade, para se desdobrar nas tarefas domésticas e cuidar dos filhos enquanto o marido está fora. Violeta, a filha, é adolescente e leva consigo a timidez natural da idade, tendo o poder de ficar invisível e criar um campo de força que remete ao isolamento social. Flash, o filho, é hiperativo, por isso têm a supervelocidade. Já o Zezé, o bebê, têm vários poderes pois representa a fase da nossa vida onde ainda não estabelecemos nossa personalidade, somente traços dela. É um baita acerto do estúdio, até hoje consegue nos encantar, divertir e emocionar.
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