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Deputados criticam omissão do governo espanhol em ataques a Vini Jr.

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Debate ocorreu em comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados Parlamentares e representantes do Minis...

30/05/2023 às 20h45 Atualizada em 30/05/2023 às 21h10
Por: J6 Live Fonte: Agência Câmara de Notícias
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Debate ocorreu em comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados - (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
Debate ocorreu em comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados - (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Parlamentares e representantes do Ministério do Esporte criticaram nesta terça-feira (30) o que classificam de omissão do governo espanhol diante dos atos de racismo sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior. Eles falaram sobre o episódio no Plenário da Câmara dos Deputados, transformado nesta terça-feira (30) em comissão geral.

O jogador foi alvo de racismo na partida entre Real Madri e Valencia, quando torcedores deste clube começaram a gritar “mono” (“macaco” em espanhol).

Convidada a participar da reunião, a embaixadora da Espanha no Brasil não compareceu.

"Se a Espanha não é uma democracia, um lugar que pode receber atletas de diversos países, a Espanha não pode organizar eventos esportivos, porque nós atletas que nos direcionamos a outros países não podemos correr risco de vida”, criticou o atleta e assessor especial do Ministério do Esporte, Diogo André da Silva.

Segundo ele, além da ausência de punição aos responsáveis após os ataques, faltou o controle prévio da torcida, o que colocou em risco a integridade física do jogador.

"O árbitro da partida não cumpriu medidas previstas no código para esse tipo de situação. Ele poderia ter parado o jogo, ter pedido para os seguranças retirarem parte da torcida ou encerrado o jogo. Existe uma série de possibilidades que não foram cumpridas”, disse Silva, que já treinou em centros esportivos espanhóis.

Diogo André da Silva criticou ausência de punição aos responsáveis pelos ataques
Diogo André da Silva criticou ausência de punição aos responsáveis pelos ataques - (Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados)

O deputado Dr. Francisco (PT-PI) apontou o histórico das instituições espanholas de ignorar as ofensas racistas ocorridas durante eventos esportivos. "De todas as que Vini Jr. já sofreu, três foram inclusive arquivadas. A gente não percebe uma atitude clara nem da La Liga, nem da UEFA, nem da Fifa", disse. Ele complementou que posturas de omissão "aprofundam o ódio e deixam as vítimas mais vulneráveis".

A deputada Reginete Bispo (PT-RS) também repudiou o que classificou de tentativa de “desumanizar” o atleta. “O que me choca é saber que um país do dito primeiro mundo, hoje podemos afirmar com certeza, difunde o ódio racial e o fascismo dentro dos estádios de futebol”, disse a parlamentar.

Nessa mesma linha, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) reforçou a omissão das autoridades espanholas ao lembrar as sucessivas agressões contra o jogador. Em um dos casos, um boneco com a camisa 20 do brasileiro apareceu estrangulado  em uma ponte em Madri, em janeiro.

“Nós exigimos que a Espanha e que todos os países do mundo tenham uma atitude digna diante dos profissionais brasileiros e de todas as áreas que adentram para contribuir”, frisou a deputada. Ela cobrou proteção legal aos expatriados nacionais que sofrem ofensivas racistas.

Reginete Bispo:
Reginete Bispo: "O que me choca é saber que um país dito de primeiro mundo difunde ódio racial - (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Esforço Legal
O deputado Márcio Marinho (Republicanos-BA) também pediu que o governo da Espanha mantenha "esforço legal para levar perante um tribunal aqueles que injuriaram um cidadão brasileiro apenas por ser negro”.

Por sua vez, o deputado General Girão (PL-RN) cobrou ações mais enérgicas do governo brasileiro, além da aprovação de uma moção de repúdio à La Liga. "Que o governo brasileiro cobre do governo espanhol uma atitude de respeito rigorosa em relação a isso. Nós somos muito brandos", disse.

Essa também foi a fala do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que solicitou a reunião. "Devemos fortalecer nossas leis garantindo que o racismo seja tratado com a seriedade que merece", disse.  “Que a luta de Vinícius Júnior seja a luta de todos nós”, complementou.

Fifa
Já o deputado Luiz Lima (PL-RJ) defendeu que medidas sejam adotadas contra a Fifa. "Que a gente faça uma representação seríssima contra a Fifa, porque a Fifa tendo mais membros do que a ONU, se torna mais poderosa na promoção de respeito e de igualdade", disse.

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