A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, equipamento de alta complexidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES), trabalha todos os dias para ofertar um serviço de qualidade às parturientes e aos recém-nascidos (RN) de alto risco, principalmente os prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin). Uma das medidas adotadas recentemente pela gestão foi resgatar o Grupo de Apoio às Mães da Utin (Gamu) com o objetivo de fortalecer o laço entre as mães, pais e cuidadores dos RN com a equipe assistencial.
De acordo com a referência técnica do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP), Kátia Leal, o Gamu existiu há alguns anos, mas, com a pandemia da covid-19, foi suspenso. “A nossa equipe, juntamente com os gestores do Complexo Neonatal, que engloba a Utin, percebeu a necessidade de trazer de volta este grupo que auxilia muito no atendimento das mães e familiares que acompanham o internamento dos bebês na Utin, porque eles têm um momento para tirar dúvidas sobre o processo neonatal e ainda podem ajudar as nossas equipes multiprofissionais a enxergar o que tá bom e o que precisa melhorar”, explica.
Além de ser o Passo 5 da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), que a MNSL está pleiteando a certificação, que consiste em orientar as mães sobre a amamentação e como manter a lactação mesmo se vierem a ser separadas dos filhos, também faz parte do Passo 4 do Qualineo - Alimente o RN o mais precoce possível e de preferência com o leite materno (humano). “Explicamos e fortalecemos a importância desses dois passos na questão da alimentação do bebê. Nosso objetivo é fazer com que essa mãe não tenha dúvida na hora de retirar o leite e garantir um bom alimento para o bebê. Esse grupo tem a finalidade de fortalecer justamente a alimentação e os cuidados do bebê, dessa mulher e dessa família com o recém-nascido”, ressalta a referência para a implantação da IHAC na MNSL, Mágda Dória.
Para a gerente da Utin, Juliana Fonseca, o grupo é importante, ainda, para que os pais e familiares entendam o funcionamento da unidade e o papel deles durante o tratamento do RN. “É um papel de vinculação, de se envolver nos cuidados e, também com isso, conseguimos estimular a questão do leite materno e da ordenha para a doação, para entender os horários, para aqueles bebês que ainda não estão comendo, também como a ordenha do leite para a alimentação do seu próprio RN. O grupo é importante para trazer as aflições que as mães têm para que consigamos sempre melhorar a qualidade da assistência porque a prioridade é sempre sair da assistência e entregar o bebê para a família da melhor forma possível, pois o nosso lema é ‘Ninguém é tão bom quanto todos nós juntos’”, enfatiza.
A avó da bebê Maju, que está internada na Utin há mais de 60 dias, Jeane Menezes Santos, elogiou bastante o serviço da maternidade e gostou muito do Gamu. “O nosso SUS está funcionando, pelo menos aqui na maternidade, porque a equipe é extraordinária, eu só tenho a agradecer. Aqui a minha neta já fez cirurgia do coração, as enfermeiras e os médicos são muito carinhosos e atenciosos, a minha filha é sempre acolhida pela psicologia porque ela fica nervosa por estar tanto tempo acompanhando a própria filha. Enfim, gosto muito do tratamento de todos daqui, já é a minha segunda neta que fica internada na Utin e a primeira está muito bem”, comenta.
A adolescente V. A. S., 15, natural de São Cristóvão e mãe de gêmeos, gostou muito da iniciativa do retorno do Gamu. “É bom porque elas explicaram tudo, os horários das visitas, da alimentação, do boletim médico. Nós podemos também fazer perguntas e tirar as nossas dúvidas. Foi um encontro muito bom”, ressalta.