Neste 5 de junho, quando o mundo volta os olhos com atenção especial ao meio ambiente, o Acre reafirma seu compromisso com a proteção da floresta, o combate aos ilícitos ambientais e a valorização de quem vive e cuida dos recursos naturais.
O Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data instituída durante a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, em 1972, e tem como foco a reflexão sobre a importância da preservação (ambiente no estado natural), conservação (utilização sustentável dos recursos naturais), e a promoção à mudança de comportamento nas pessoas.
O Acre, além de ter 84% do território coberto por florestas preservadas, que abrigam uma rica variedade de fauna e flora, tem sido protagonista na luta pela manutenção ambiental, além de ser um Estado detentor de políticas públicas robustas e voltadas a estabelecer soluções para mitigar os impactos das mudanças climáticas na região.
O governador do Estado, Gladson Camelí, reforça que o Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data importante, mas que é preciso união e consciência todos os dias.
“Temos protagonismo e compromisso com a agenda ambiental, ações que focam no desenvolvimento sustentável, conservação, preservação do meio ambiente e bem-estar das nossas futuras gerações. Estamos focados em trabalhar para garantir que o Acre continue sendo referência no Brasil e internacionalmente, com ações voltadas à conservação da floresta e valorização das populações tradicionais”, afirma.
O Estado tem se destacado internacionalmente por suas políticas ambientais. Em 2024, apresentou iniciativas de turismo regenerativo na COP29, em Baku, Azerbaijão, buscando parcerias e investimentos para a conservação da Amazônia. Em 2025 sediou a Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e as Florestas (GCF Task Force), entre várias outras ações e projetos aprovados, com foco na área ambiental.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) é responsável pela política pública estadual de meio ambiente. Com ampla atuação, desenvolve ações voltadas à gestão de áreas protegidas, educação ambiental, bioeconomia, preservação, conservação, recursos hídricos, monitoramento ambiental e outras.
Com outras secretarias e órgãos do Estado e municípios, a Sema tem realizado ações como o Saúde na Floresta, mutirões de regularização ambiental e ações de educação ambiental. O titular da pasta, Leonardo Carvalho, explicou que vinculados à secretaria estão o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e o Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Ambientais (IMC).
O gestor reforça que a secretaria subsidia o governo na tomada de decisões, com dados quantificados e qualificados pelo Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma).
“Temos focado principalmente nessa parte da geração de conhecimento, a partir do Cigma, com o monitoramento ambiental, a partir dessa inteligência ambiental, com dados georreferenciados, e levado insumos para as melhores tomadas de decisão do governo, seja nos eventos extremos de cheia ou de seca, ou nas ações de comando e controle. O Cigma monitora também diversas outras áreas, além de queimadas e desmatamento, como recursos hídricos, qualidade do ar e outras. Também estamos trabalhando fortemente com a parte de educação ambiental”, informa.
Carvalho ressalta ainda o importante trabalho do governo em relação ao desenvolvimento das cadeias de bioeconomia: “A gente tem trabalhado fortemente para criar o Plano Estadual de Bioeconomia, juntando todas as atividades feitas pelos outros órgãos, para que possa fortalecer essas cadeias produtivas e trazer também desenvolvimento para as pessoas que vivem na florestas”.
Parte fundamental no sistema, pois é o órgão executor da política estadual de meio ambiente e atua em diversas áreas, incluindo toda a parte de licenciamento ambiental do estado, o Imac é uma autarquia vinculada à Sema, que também desenvolve ações de monitoramento, fiscalização, comando e controle e educação ambiental.
“Este é um ano com foco em executar, em pensar na nossa população, no meio ambiente, em ações voltadas ao desenvolvimento e aliadas à sustentabilidade. E é isso que temos feito. Lançamos o Sistema de Meio Ambiente do Acre [S-IMAC], para agilizar os processos de licenciamento ambiental, modernizamos nossas representações no interior com novos equipamentos, notebooks, drones e computadores, e vamos entregar, nos próximos dias, a nossa nova sede, que prestará um atendimento com maior qualidade a toda a população”, diz o presidente da autarquia, André Hassem.
No coração do estado vivem ribeirinhos, indígenas, extrativistas, seringueiros e produtores rurais, que seguem firmes na missão de proteger a floresta. Conciliando o uso da terra como o plantio para subsistência e das águas, com a utilização dos rios para navegação e alimentação, com o respeito aos ciclos naturais, são os verdadeiros guardadores da mata.
Rosilene de Souza é moradora do Parque Estadual Chandless (PEC), uma das unidades de conservação geridas pela Sema, que tem quase 100% do seu território preservado e conservado. A jovem, casada e mãe de três filhos, é nascida e criada no local e ali pretende permanecer: “Não tenho interesse em sair daqui, meus filhos são criados soltos na natureza, são livres, aqui temos riquezas que na cidade hoje em dia as pessoas não conseguem mais ter”.
O local, que é considerado um dos mais remotos e isolados da região amazônica, é lar da moradora que reforça seu amor pelo parque.
“Temos uma vida saudável, plantamos o que comemos e temos acesso à internet. Estamos longe, sim, mas não isolados. Meus filhos são a quarta geração da nossa família aqui. Não pretendo sair do Chandless. É claro que precisa melhorar, mas aqui temos uma riqueza única”.
Conhecidos como guardiões da floresta, os povos indígenas vivem da terra sem feri-la. Representante dos povos no Estado, a titular da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), Francisca Arara, aborda o novo momento que o Acre vive, com ainda mais ações voltadas aos povos indígenas.
“Entre as principais ações da Sepi para este ano, está a construção de poços, o que faz parte do nosso plano de ação para o enfrentamento e adaptação dos recursos emergenciais. São nove projetos que a gente apoiou para a implementação dos planos de gestão, para segurança alimentar, artesanato, para publicação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental [PGTA], e a gente vai abrir o próximo edital, ainda em 2025, que é a continuidade da implementação dos planos de gestão relacionados à segurança alimentar. Vamos também formalizar a criação do Conselho Estadual para os Povos Indígenas”, relata a secretária.
Francisca acrescenta que o governador Gladson Camelí está com o olhar voltado às populações tradicionais e povos indígenas, trabalhando para melhorar a assistência, principalmente em momentos de eventos extremos, para minimizar os impactos dessas populações.
“Vamos agora, nos dias 12 e 13 de junho, fazer o fórum final de atualização da repartição de benefícios para os povos indígenas, populações tradicionais e governo, e debater a situação da educação escolar indígena, que a gente também quer deixar um marco. Então, nós temos os editais, que são os termos de fomento, para a atualização dos PGTAs, a implementação de recursos hídricos e de segurança alimentar nos territórios, e essa atualização e captação de mais recursos para o Acre, voltados para os povos indígenas, para todos os segmentos, mas, em especial, para os indígenas”, detalha.
O Acre tem chamado atenção do mundo também quando se fala de turismo sustentável, sendo atrativo para quem sonha em conhecer parte da Amazônia. Com uma rica cultura, culinária e histórias ancestrais, o estado tem sido cada vez mais visitado, como território que oferece opções de imersão nos conhecimentos tradicionais, na preservação e valorização histórica de seus povos, em ações propiciadas pela Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete).
O IMC é responsável pela coordenação técnica do Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais (Sisa), um instrumento criado pelo Acre, que reconhece e incentiva a conservação do meio ambiente resultante de produtos e serviços ambientais. O órgão tem atuado fortemente, exemplo disso foi a conclusão das consultas para atualização da repartição de benefícios do Programa ISA Carbono, do Sisa, encerrando o cronograma que percorreu as cinco regionais do estado.
“Nos aspectos dos ativos ambientais, é importante falar também da ação do IMC e do apoio que a Sema tem dado para a política de REDD+, que vem trazendo recursos por meio do Sisa. Estamos em um momento novo, de atualização dessas bases técnicas de governança, para acessar novos recursos. O IMC tem conduzido isso muito bem, consultando os povos indígenas e comunidades tradicionais beneficiárias do Sisa, para que a gente faça uma política inclusiva, para que possamos trazer recursos que serão investidos e utilizados na transformação do uso do solo para uma modalidade eficiente de baixo carbono”, complementa o secretário de Meio Ambiente.
Além disso, o Estado conta também com o apoio do Programa REM Acre. O REM apoia projetos que conciliam conservação ambiental e desenvolvimento econômico, beneficiando comunidades tradicionais com atividades sustentáveis. O programa é financiado por parceiros internacionais, como o Banco Alemão KfW.
O governo do Acre, antecipando-se ao período de estiagem, lançou, ainda em fevereiro, a Operação Contenção Verde. A ação já está em sua segunda fase, é realizada de forma contínua em todos os municípios e tem como integrantes, por meio do Grupo Operacional de Comando e Controle, coordenado pela Casa Civil, todas as instituições ligadas ao Sistema de Meio Ambiente Estadual e instituições federais e municipais. Esse é mais um reforço do Estado no combate aos ilícitos ambientais e na proteção dos recursos naturais.
O Estado trabalha em parceria não apenas com entes estaduais, mas também federais, como o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Instituto Brasileiro de Recursos Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o Acre exemplifica como é possível alinhar conservação ambiental, respeito às comunidades tradicionais e desenvolvimento sustentável. As ações implementadas no estado demonstram que, com políticas públicas eficazes, atuação conjunta de entes e participação comunitária, é possível enfrentar os desafios das mudanças climáticas e preservar a rica biodiversidade desta importante parte da região amazônica, para as atuais e futuras gerações.
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