Como parte da política de promoção da igualdade racial no Maranhão, foi lançada nesta terça-feira (3) a segunda edição do livro Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Maranhão, uma iniciativa da Secretaria de Estado da Igualdade Racial (SEIR) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico do Maranhão (Fapema). Resultado de chamada pública vinculada à linha de ação Popularização da Ciência, a obra reúne 10 artigos que abordam temas como educação, cultura, saúde, liberdade religiosa, desenvolvimento sustentável e garantia de direitos — evidenciando experiências transformadoras protagonizadas por pesquisadores, militantes, quilombolas, povos tradicionais e comunidades de terreiro.
A publicação destaca-se como instrumento importante para a formulação de políticas públicas com base científica, voltadas ao enfrentamento das desigualdades raciais no estado. O evento contou com a presença do chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira - representando o governador Carlos Brandão; do secretário da SEIR, Gerson Pinheiro; do presidente da Fapem, Nordman Wall; da vice-prefeita de São Luís, Esmênia Miranda; do representante da Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros do Maranhão (Fucab/MA), Biné Gomes; da vice-presidente do Conselho Estadual de Política de Igualdade Étnico-Racial (CEIR/MA), Iracema Amorim; além das yalorixás Dedé e Mãe Joana, que abrilhantaram a cerimônia com cânticos tradicionais do Tambor de Mina.
O chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira parabenizou a SEIR e a Fapema pela iniciativa, destacando que a publicação chega em momento oportuno. “Mais do que nunca é preciso construir um mundo sem divisões - seja de cor, de classe ou de origem. Precisamos de um mundo que inclua, que respeite e que celebre a diversidade como força”, disse.
“É missão da Fapema fomentar a pesquisa voltada para a transformação social e o fortalecimento de ações afirmativas no Maranhão. A ciência precisa dialogar com a sociedade e esse livro é um exemplo de como o conhecimento pode ser aliado da justiça social”, destacou o presidente da Fundação, Nordman Wall. O segundo volume do livro une ciência ao que deve ser feito em termos de política de promoção de igualdade racial.
“Com isso, a gente fortalece essas políticas na busca por uma melhor qualidade de vida, com observação e verificação de políticas eficazes, garantindo que todos tenham oportunidade de trabalhar e se desenvolver”, afirmou Wall. Ele ainda destacou que a publicação reflete o compromisso do governador Carlos Brandão com a democratização do conhecimento e o enfrentamento do racismo estrutural.
Mais sobre o livro
Com dez artigos assinados por militantes, pesquisadores, acadêmicos e representantes da sociedade civil, o livro reúne reflexões sobre o racismo institucional, saúde da população negra, comunidades quilombolas, religiões de matriz africana e políticas de inclusão. Segundo o secretário Gerson Pinheiro, a obra é resultado de uma construção coletiva que envolve diferentes segmentos sociais. “Lançamos agora o segundo volume com artigos de professores, lideranças e especialistas. É uma ferramenta valiosa para reflexão, avaliação e proposição de políticas públicas”, declarou.
O cientista social e professor Sílvio Bembem, autor de um dos artigos, destacou o papel do edital da Fapema como espaço democrático de produção do conhecimento. “Um livro como esse populariza a ciência e aproxima os resultados das pesquisas das comunidades e dos gestores públicos. Isso é fundamental para o planejamento de políticas efetivas”, frisou.
A acadêmica de Direito da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Catarina Araújo, também celebrou a oportunidade de apresentar seu trabalho financiado pela fundação. “Esse livro traz o protagonismo das comunidades quilombolas de Alcântara e representa o reconhecimento de saberes ancestrais. A Fapema cumpre aqui um papel transformador”, enfatizou.
“Esta coletânea fala dos negros do Maranhão para os negros do Maranhão, mas também orienta gestores na formulação de políticas públicas eficazes”, disse a vice-prefeita de São Luís, Ismênia Miranda. Já Iracema Amorim, do CEIR/MA, destacou a importância do fortalecimento institucional “Temos pesquisadores negros atuando em diversas áreas. Isso mostra que as políticas públicas devem partir de quem vive essa realidade”, disse, reforçando o impacto da obra.