Mais de 30 empreendedores da economia criativa participaram da 6ª edição da Feira Amazônia Criativa, realizada, no domingo, 1º de junho, no Espaço São José Liberto, em Belém. O evento reuniu marcas autorais e apresentou uma ampla variedade de produtos, do artesanato tradicional à moda autoral, brechós, biojoias, gastronomia regional e cosméticos naturais.

Realizada no Anfiteatro Coliseu das Artes, a feira iniciou às 10h e seguiu até às 15h, com uma programação diversa, incluindo apresentação de quadrilha junina, moda circular, biojoias, cosméticos feitos com matérias-primas regionais, entre outros destaques.

Funcionando como vitrine para pequenos negócios, a feira teve como objetivo valorizar o empreendedorismo local, fomentar a geração de renda e incentivar a economia circular.

O público visitante pôde conhecer de perto o trabalho dos empreendedores e participar de atividades interativas para toda a família. A programação incluiu a venda de roupas e comidas típicas da quadra junina.

A iniciativa reforça o papel do Espaço São José Liberto como centro de referência em cultura, arte e economia criativa — promovendo trocas e conexões entre criadores e consumidores.

Entre os expositores, esteve Jussara Oliveira, criadora da marca Meu Pé de Caju, voltada para moda infantil autoral, com peças confeccionadas em 100% algodão. Ela começou no mercado produzindo uniformes profissionais e atuou nesse segmento por cerca de 10 anos, em Brasília (DF). Ao retornar ao Pará, decidiu mudar de foco e seguir com a moda infantil.

“É a primeira vez que exponho no São José Liberto, e estou gostando muito. Aqui, além de divulgar meu trabalho, também conheço outros empreendedores, troco ideias e conhecimentos. Gosto de participar desses eventos porque é uma forma de me comunicar com o público e, ao mesmo tempo, ganhar mais experiência”, conta Jussara, há sete anos trabalhando com a moda autoral infantil.

Quem também marcou presença no evento foi a empreendedora Dany Neves, fundadora da saboaria natural KOA, criada em 2017. A marca produz sabonetes e cosméticos naturais, veganos e multifuncionais, feitos com óleos e manteigas extraídos de forma sustentável da rica biodiversidade amazônica, por meio de comunidades locais.

Dany vê a feira como uma oportunidade valiosa para pequenos empreendedores divulgarem não apenas seus produtos, mas também o potencial econômico e a sustentabilidade presentes na produção. “É muito difícil ter um espaço físico, porque os custos são altos. Por isso, ter acesso a feiras como essa é fundamental. É uma chance de expor nossa produção, movimentar a economia local e mostrar nosso trabalho para a cidade. Muitas pessoas ainda não conhecem o que fazemos justamente por não termos um espaço fixo”, disse Dany Neves.

Lilian Maneschy trabalha com brechós há apenas 45 dias, e contou que empreender sempre foi um sonho. Ao se aposentar, decidiu finalmente realizá-lo. “Sempre tive esse desejo, essa ideia guardada. Pensei: 'não posso passar pela vida sem tentar algo que sempre quis fazer'. Escolhi o brechó por três motivos: primeiro, por acreditar na moda sustentável; segundo, porque é uma forma de oferecer roupas boas e acessíveis para quem precisa; e terceiro, para gerar renda para minha família. Eu não sigo essa linha de preços altos, não combina com a proposta.”

A empreendedora, Lilian Maneschy também destacou a importância do apoio institucional: “Estou encantada com o espaço que os órgãos públicos estão oferecendo aos pequenos empreendedores. Já participei de feira no Memorial dos Povos e agora aqui, no Polo Joalheiro. Para quem está começando, esse incentivo é essencial.”

“Criar oportunidades para o fomento do empreendedorismo paraense" é uma das diretrizes do Governo do Estado, que atua por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), com articulações voltadas à promoção de e ao fortalecimento do empreendedorismo sustentável. A iniciativa também busca dar visibilidade à produção paraense e ampliar sua presença em novos mercados. A Feira Amazônia Criativa é um movimento que valoriza a produção local e incentiva práticas alinhadas à sustentabilidade e à economia circular”, destaca Sherry Brom Rodrigues, diretora da DDCIS/Sedeme.