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Maranhão se firma como pioneiro na implantação da primeira universidade indígena em território tradicional

Terceira escuta para o Plano de Desenvolvimento Institucional da universidade foi concluída nesta sexta, no território Araribóia, com apoio da Fapema.

Por: J6 Live Fonte: Secom Maranhão
30/05/2025 às 22h08
Maranhão se firma como pioneiro na implantação da primeira universidade indígena em território tradicional
- Escuta realizada na sede do Instituto Tukán, no território Arariboia, no município de Amarante (Foto: Divulgação)

O Maranhão se consolida como berço de um projeto inédito no país e no mundo: A criação da primeira universidade indígena em território tradicional. Coordenado pelo Instituto Tukàn e com apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), o projeto avança com a realização da terceira escuta participativa, etapa fundamental na construção do Centro de Saberes Tentehar. A escuta foi realizada quinta-feira (29) e sexta-feira (30), na sede do Instituto Tukán, no território Arariboia, no município de Amarante, e reuniu mais de 80 indígenas - entre professores, gestores, estudantes e lideranças.

A construção desse modelo universitário representa uma conquista histórica para os povos originários do Maranhão. Desde as primeiras escutas, realizadas nas dez macro-regiões indígenas do estado, lideranças, anciãos, jovens e organizações de base, vêm participando ativamente da elaboração coletiva do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). O processo integra saberes ancestrais e conhecimento científico, em um formato inovador de educação superior. Nesta etapa da escuta, destacou-se a participação ativa de professores e gestores de escolas indígenas.

O PDI está sendo estruturado a partir das contribuições colhidas nas quatro escutas, respeitando a diversidade e as especificidades culturais dos povos envolvidos. “É motivo de muita alegria e orgulho para nós que este projeto-piloto, que hoje é um programa de Estado, esteja sendo discutido dentro do nosso território. É motivo de orgulho para o povo Guajajara e para todos os povos indígenas do Maranhão. Nossa missão é fazer com que essa construção coletiva dê certo, para que outros territórios também tenham a oportunidade de pensar e criar suas próprias universidades”, destacou Fabiana Guajajara, diretora do Instituto Tukán, que agradeceu o apoio do Governo do Estado e da Fapema.

A universidade representa um modelo sem precedentes, segundo o presidente do Instituto Tukán, cacique Sílvio Santana da Silva . “Não existe ainda uma universidade indígena implantada dentro de uma terra indígena. Temos cursos de formação intercultural, mas agora estamos construindo a nossa universidade em nosso território. É uma universidade para os parentes que não têm oportunidade de sair para estudar e que querem permanecer em suas comunidades”, disse.

“O apoio da Fapema neste projeto demonstra o compromisso do Governo do Maranhão, sob a liderança do governador Carlos Brandão, com a valorização da cultura indígena e a autonomia dos povos originários. A escuta é fundamental para que a universidade nasça de acordo com as reais necessidades das comunidades”, afirmou o presidente da Fapema, Nordman Wall. O PDI está sendo realizado com o apoio da fundação, por meio de acordo de cooperação, firmado com o instituto, em outubro do ano passado.

Gustavo Costa, professor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e coordenador do projeto, destacou o significado simbólico e prático do processo. “A cada escuta, com a participação ativa das lideranças, a universidade vai ganhando corpo, forma e sentido. Não apenas para nós, mas para todos os territórios por onde passamos. Já se sabe que existe uma universidade indígena em construção no Maranhão, e é apenas uma questão de tempo para que ela comece a funcionar, oferecendo cursos e desenvolvendo pesquisas para preservar as culturas e tradições dos povos indígenas”, frisou.

Educação, saberes e valorização

O Centro de Saberes Tentehar Tukán, associação civil sem fins lucrativos, atua gratuitamente para promover o desenvolvimento humano das comunidades indígenas da Terra Indígena Araribóia, e de outros territórios no Maranhão, com foco em educação, cultura e assistência social.

Segundo dados do IBGE (2022), a população indígena do Maranhão ultrapassa 57 mil pessoas, distribuídas por 210 municípios - sendo Amarante o que concentra o maior número. O projeto da universidade surge para responder às demandas específicas dessa população, criando um espaço acadêmico voltado ao fortalecimento cultural e ao desenvolvimento sustentável das comunidades.

Mais do que uma instituição de ensino, o Centro de Saberes Tentehar Tukán representa um marco político e social, reafirmando o protagonismo indígena na construção de seu próprio futuro.

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