Natural de Goiás, Lourival Januário Teixeira tem 58 anos, mas carrega nas mãos e no coração mais de três décadas de história com Palmas. Ele chegou à cidade em 1993, quando tudo ainda era poeira e promessa, para ajudar a implantar o paisagismo da nova Capital. “A primeira praça foi lá na rotatória do Aureny III. E hoje a gente tá reformando ela. Fizemos a frente da Prefeitura, a Teotônio Segurado. Naquele tempo era um poeirão danado, sofrido demais aqui”, lembra.
Com 32 anos dedicados à Prefeitura de Palmas, Lourival viu a cidade nascer do mato alto e se tornar um jardim. Ele é o personagem da terceira matéria da série especial em comemoração aos 36 anos da capital do Tocantins – Histórias de Amor a Palmas, que traz relatos de amor pela cidade. Imagens dos bastidores também podem ser conferidas pelas redes sociais da Prefeitura de Palmas: @cidadepalmas.
Cada jardim, praça e canteiro de Palmas tem suas mãos. Segundo ele, o viveiro começou num matagal grande, com todo o trabalho manual e sem máquinas. “Na JK a gente trabalhava até meio-dia com os olhos fechados de tanta poeira”, conta.
Suas raízes na cidade
O trabalho, feito com paciência e muito suor, foi se tornando também um laço afetivo. “Aqui eu construí minha vida. Eu não me vejo morando fora. Vim sozinho, mas logo vieram meus irmãos, minha mãe. Casei aqui, tive três filhos e netos, está todo mundo aqui”. Com orgulho visível no olhar, Lourival aponta para cada canto da cidade como quem mostra uma parte de si mesmo. “Cada pé de grama tem minha mão. Pode descer todas as avenidas. Eu ajudei, plantei, até na enxada, apertando terra. A JK é referência, a gente começou lá, no poeirão. E hoje, olha só como tá bonita”.
Gerente do Viveiro Municipal, ele acompanha o ciclo de vida das flores que enfeitam Palmas. Lá, recebem a semente, semeiam, cuidam até a floração e levam para a rua. Tudo feito com muito carinho. Mais do que plantar, Lourival acredita que manter e cuidar da cidade é um dever coletivo. “Eu sempre digo: não é só a Prefeitura que tem que cuidar. É a gente também, que mora aqui. Se cada um fizer sua parte, o mundo até melhora”.
Ao ser perguntado sobre a cidade e sua profissão, ele resume tudo numa frase: “Palmas é minha segunda mãe. Eu era garimpeiro, ia voltar pro mato. Não sei nem o que teria acontecido. Mas aqui eu fiquei. Aqui é meu lugar. Toda vez que a gente vê um canteiro florido, é um orgulho. O viveiro é mais minha casa do que minha casa mesmo. Passo o dia inteiro aqui. Isso aqui sou eu”.
Texto: Jéssica Sá
Edição: Wédila Jácome