Picadas de aranhas, mordidas de cobras, ataques de animais silvestres. São acidentes comuns provocados pelo surgimento dessas espécies em áreas de moradia. Ao serem avistados, a orientação é não tentar contato ou captura e acionar, imediatamente, os órgãos competentes. O alerta é do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), que, de janeiro a abril deste ano, contabilizou 1.830 animais capturados em todo o estado — sendo 68% na capital.

Com o avanço das áreas urbanas sobre o meio ambiente e as mudanças climáticas alterando o comportamento da fauna, tem-se registrado um crescimento expressivo nas ocorrências envolvendo animais peçonhentos e silvestres. Cobras, aranhas, jacarés, bichos-preguiça e uma variedade de insetos, incluindo abelhas, têm sido avistados em bairros residenciais, escolas e estabelecimentos comerciais.

Neste primeiro quadrimestre, a corporação registrou 1.179 ocorrências de captura de animais silvestres e 464 de insetos e animais peçonhentos, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Em São Luís, o número de animais silvestres capturados soma 832 e o de insetos, 321. Os demais registros referem-se à captura de animais domésticos, realizada em apoio a órgãos municipais, responsáveis por esse tipo de resgate.

O crescimento das cidades e a degradação ambiental têm empurrado esses animais para mais perto da população, explica o chefe da 5ª Seção do CBMMA, tenente-coronel Marcos Bittencourt. “Muitos animais estão em busca de alimento e abrigo. Com o calor intenso, por exemplo, é comum o aparecimento de cobras em busca de água, principalmente em locais com jardins, piscinas ou caixas d’água destampadas. A orientação é não tentar contato com esses animais, para evitar acidentes e também preservar a espécie”, afirma.

Além do resgate, o Corpo de Bombeiros também realiza campanhas educativas em escolas e comunidades, orientando sobre prevenção e convivência segura com essas espécies. “A informação é a melhor forma de evitar acidentes. Muitos desses animais têm uma importante função no equilíbrio ambiental, como o controle de pragas e roedores”, destaca o tenente-coronel.

Cuidado e atenção

O Corpo de Bombeiros reforça a orientação para não tentar capturar os animais por conta própria, pois isso representa grande risco à segurança. A recomendação é manter distância, afastando-se lentamente e sem movimentos bruscos, a fim de não assustar o animal. O local onde ele se encontra deve ser isolado, com portas e janelas fechadas, para evitar que entre em ambientes internos.

Em caso de picadas de animais peçonhentos, deve-se procurar imediatamente o serviço médico mais próximo e, se possível, identificar o animal, o que pode facilitar o tratamento. A corporação conta ainda com o Batalhão de Bombeiros Ambiental (BBA), especializado nesse tipo de ocorrência e equipado para garantir a segurança das pessoas e a preservação da fauna.

Em caso de aparecimento de animais silvestres ou peçonhentos, o contato deve ser feito pelo telefone 193, informando o local exato e descrevendo o animal para facilitar uma captura eficiente e segura.