Com um modelo inovador e amigável à dura realidade dos microempreendedores de baixa renda brasileiros, o Banco Acredita alcançou um feito inédito: reduziu a inadimplência do microcrédito para 16%, desafiando os padrões tradicionais do setor financeiro. Há apenas dois anos, esse índice havia chegado a alarmantes 72%, o que levou a instituição a repensar sua estratégia e colocar o relacionamento com o cliente no centro do processo.
O contraste com outras iniciativas do mercado é evidente. O SIM Digital, programa de microcrédito da Caixa Econômica Federal voltado para pessoas com CPF negativado e dívidas de até R$ 3 mil, registrou inadimplência de 80% em 2023, número que subiu para 88% nos meses seguintes. Mesmo atendendo um público de perfil semelhante, o Banco Acredita obteve resultados significativamente melhores ao apostar em um modelo centrado no relacionamento, no acompanhamento próximo e na educação financeira como pilares do processo. A experiência do Acredita mostra que o crédito, para funcionar de verdade, precisa vir acompanhado de escuta, orientação e presença contínua.
“Os bancos tradicionais não olham para as pessoas, nós olhamos. Às vezes, o empreendedor precisa de uma pausa, de uma reestruturação. Nosso papel vai além do crédito – é sobre acolher, orientar e caminhar junto”, afirma Rafael Ponzi, diretor executivo da instituição. Ele exemplifica com o caso de uma cliente, cozinheira, que quebrou o braço e ficou impossibilitada de trabalhar. “Renegociamos as parcelas de forma flexível, evitando a inadimplência e garantindo sua permanência no programa.”
Ponzi afirma que o Acredita foi criado em 2021 com objetivo de quebrar paradigmas e transformar realidades. A instituição é privada e oferece crédito barato com assistência técnica gratuita para empreendedores de baixa renda, especialmente moradores de periferias e com grande demanda entre mulheres.
Hoje, o Banco Acredita opera com um novo modelo de microcrédito, mais adaptado à realidade dos empreendedores de baixa renda. O crédito é estruturado em rodadas progressivas, que funcionam como etapas de avanço. Na primeira rodada, o valor concedido é de R$ 400, e, a cada nova rodada concluída com responsabilidade e comprometimento, o limite de crédito é ampliado. Esse crescimento é gradual, e o valor chega a R$ 2.000 nas últimas rodadas. Após completar o ciclo, o cliente pode renovar a última rodada e continuar acessando o valor de R$ 2.000, mantendo o relacionamento com o banco.
A taxa administrativa continua simbólica, em 1%, e o modelo de pagamento passou a ser semanal. Essa frequência permite um contato mais constante entre o banco e o cliente, facilitando o acompanhamento do negócio e fortalecendo o vínculo de confiança. As parcelas são acessíveis — nenhuma ultrapassa os R$ 100 por semana — e, somando todas as rodadas, o cliente pode acessar até R$ 7.000 em crédito total, com possibilidade de ampliação a partir da renovação.
Desafio
No entanto, no início de sua operação, nos anos de 2021 e 2022, a taxa de inadimplência chegou a 72%, que precisou ajustar os processos para ajudar seus clientes a conseguirem arcar com as parcelas. Essa reestruturação se baseou em três pilares fundamentais:
- Trilha pedagógica: capacitação em finanças e gestão de negócios;
- Cobrança humanizada: renegociação empática e personalizada;
- Acompanhamento próximo: suporte técnico contínuo aos acreditados.
O resultado foi uma queda expressiva desse índice para 16%.
Perfil
A maioria dos clientes do Banco Acredita são mulheres entre 45 e 54 anos, moradoras de comunidades periféricas do Rio de Janeiro como Duque de Caxias, Realengo, Santa Teresa e São João de Meriti. Muitas são chefes de família, com três ou mais filhos, e tocam pequenos negócios nos segmentos de alimentação, artesanato e beleza.
Ponzi diz que o modelo se torna disruptivo ao abandonar a burocracia das análises de crédito convencionais e apostar na história de vida dos empreendedores. O crédito é concedido com base em vídeos enviados pelos solicitantes, onde apresentam seus negócios, sonhos e motivações.
Assessoria de Imprensa: Julianna Coelho