Por Cristiany Sales*
Quantas ideias brilhantes você já teve no banho, na fila do banco ou numa conversa despretensiosa com amigos? Agora, quantas delas você realmente tirou do papel? É nesse abismo entre inspiração e ação que começa a verdadeira jornada do empreendedor. Uma trajetória que exige mais do que criatividade — exige coragem, consistência e resiliência.
Tudo geralmente começa com um desconforto. A maioria dos empreendimentos nasce de uma frustração silenciosa: algo que não funciona como deveria, um serviço que poderia ser melhor, ou aquela pergunta incômoda — “por que ninguém resolveu isso ainda?”. A faísca inicial é quase sempre emocional, e isso é poderoso. No entanto, transformar emoção em estratégia é o primeiro grande desafio do caminho.
Ter uma ideia é fácil. Difícil mesmo é testá-la com coragem e vulnerabilidade. É nessa fase que muitos desistem: ao compartilhar a ideia com o mundo e se deparar com críticas, dúvidas e ajustes inesperados. Mas esse momento é valioso. Cada questionamento é uma oportunidade de lapidar, fortalecer e amadurecer sua proposta. O empreendedor que escuta cresce.
Depois vem a execução — e com ela, a realidade. O produto nem sempre sai como o esperado, o público pode não reagir bem, os números não batem. A ansiedade cresce, o medo do fracasso também. Esse é o famoso “vale da desilusão” — um lugar escuro, mas comum. Todo empreendedor passa por ele. E é justamente aí que se forma a casca que sustenta os próximos passos.
O segredo para atravessar essa fase está na capacidade de se reinventar. Empreender é um exercício constante de escuta ativa e adaptação. Ouvir clientes, observar o mercado, ajustar rotas. A ideia original pode — e deve — mudar. Isso não é sinal de fracasso, é sinal de evolução. E quem se adapta com rapidez constrói uma vantagem competitiva poderosa.
Com o tempo, o negócio começa a tomar forma e você percebe algo importante: empreender vai além de ganhar dinheiro. Você está construindo algo que carrega um pedaço de quem você é, que resolve problemas reais, que transforma o seu entorno. A jornada deixa de ser só sua e passa a ser também de todos que são impactados pela sua criação.
E você, onde está nessa jornada? Se ainda está na fase da ideia, abrace-a e dê o primeiro passo. Se já começou, respeite seu tempo. Se está no vale da desilusão, respire: é só uma fase. E se já está colhendo frutos, por que não estender a mão a quem está alguns passos atrás? O mundo precisa de mais gente corajosa o suficiente para tirar ideias do papel — mesmo sem garantias. Talvez esse seja o sinal que você precisava para continuar, recomeçar ou simplesmente confiar.
*Cristiany Sales é controladora interna da Agência de Negócios do Acre (Anac S.A.); pós-graduada em Auditoria Empresarial; Planejamento e Gestão; Pedagogia Empresarial com Ênfase em Gestão de Pessoas; Justiça Restaurativa e Mediação de Conflitos; graduada em Direito e Pedagogia
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