A Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh) realizou, na sexta-feira (11), o último dia do seminário “As políticas de memória, justiça e reparação: as demandas dos desaparecidos, torturados e mortos pela ditadura militar no Brasil”. A programação, pensada em memória a estas vítimas, se encerrou com o lançamento do livro “Por trás das chamas”, do autor Nilmário Miranda.
O evento teve sua abertura oficial com a exposição de caricaturas do jornal Resistência. O veículo paraense foi criado em 1977, pela Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), para denunciar as violências sofridas durante o golpe civil-militar.
Durante o seminário, também ocorreu o lançamento de três livros sobre a ditadura militar na Amazônia, entre eles, "Ditadura Militar na Amazônia: História, Memória e Resistências", da professora e atual secretária adjunta da Seirdh, Edilza Joana Oliveira Fontes, e Davison Hugo Rocha Alves.
Já no segundo dia de evento, o auditório Eneida de Moraes, localizado no Palacete Faciola, abriu as portas para a exibição do documentário "Depois do Vendaval". O filme de José Carlos Asbeg, Luiz Arnaldo Campos e Sérgio Péo aborda a resistência contra a ditadura militar.
O público presente também prestigiou momentos de escuta dos familiares de mortos e desaparecidos políticos durante o período ditatorial. A cerimônia, realizada em parceria com a Comissão de Direito Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), contou com vários depoimentos destas famílias, que levaram fotos de seus entes queridos e deram seus relatos sobre o período ocorrido em 64.
Logo depois, o membro da comissão da verdade camponesa, Girolamo Treccani, realizou a palestra “Mortos e desaparecidos no campo, na Amazônia”, no auditório do Museu do Estado do Pará (MEP).
O titular da Seirdh, Jarbas Vasconcelos, enfatizou a importância de eventos como esses, focados na memória e na preservação dos direitos humanos. “A preservação da memória das vítimas garante que as violações dos direitos humanos nunca mais se repitam. Com o fortalecimento das políticas de memória e verdade e o combate à tortura, a secretaria atua para prevenir abusos e fortalecer a justiça e a reparação histórica”, disse.