A Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) anunciou medidas emergenciais para tentar amenizar os efeitos da seca no campo. Entre as principais ações estão a ampliação do Programa Água Doce, que leva água potável à população do semiárido, e a criação de um projeto de forragem para garantir a alimentação dos rebanhos.
O anúncio foi feito pelo secretário da Sada, Fábio Abreu, durante reunião emergencial promovida pela Associação Piauiense de Municípios (APPM), realizada nessa semana em Teresina. Segundo ele, equipes técnicas já estão em campo avaliando a situação de cada cidade afetada.
“São 129 municípios, em sua maioria no sul do estado, enfrentando sérias dificuldades por conta da escassez de chuvas. É essencial que haja uma atuação conjunta entre os diferentes níveis de governo. A Sada vai intensificar o apoio ao agricultor familiar e buscar soluções para garantir a subsistência dos rebanhos”, afirmou Abreu. Ele também adiantou que vai dialogar com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para tentar reduzir o preço do milho no balcão, medida que pode beneficiar os criadores.
No que diz respeito ao Programa Água Doce, a meta é instalar mais 20 sistemas ainda este ano, com investimento de quase R$ 6 milhões. Serão contemplados os municípios de São Julião, Caldeirão Grande, Pio IX, Acauã, Simões, São Francisco de Assis, Campo Alegre do Fidalgo, Capitão Gervásio Oliveira, Jurema e Anísio de Abreu — todos em situação de emergência em razão da estiagem.
“Estamos em diálogo com o governo federal para tentar ampliar ainda mais esse número. Mas esses 20 novos sistemas já estão garantidos”, assegurou o secretário. Atualmente, 64 sistemas estão em funcionamento em quase 20 cidades do semiárido piauiense.
Na última quinta-feira (3), o Governo do Estado oficializou a situação de emergência em 129 municípios. A medida, publicada no Diário Oficial, reconhece os efeitos da seca prolongada e autoriza a adoção de providências urgentes para garantir o abastecimento de água e apoiar famílias atingidas. A previsão meteorológica para os meses de abril e maio é preocupante: chuvas abaixo da média, mal distribuídas e temperaturas acima do normal, o que tende a agravar ainda mais o cenário no campo.