Mais de mil fotografias que marcaram ações administrativas e políticas dos governadores da Paraíba durante 50 anos (da década de 1960 até 2010) foram selecionadas e poderão ser vistas pelo público que, a partir da segunda-feira (31), começa a visitar a Unidade Tambaú da Fundação Casa José Américo (FCJA), a ser inaugurada na tarde desta sexta-feira (28), na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, 122, em João Pessoa.
Destaques do novo equipamento, as fotografias ocuparão a Sala 11, denominada Acervo Ana Isabel de Souza, e fazem parte do arquivo do Palácio da Redenção que está sendo transformado em Museu da História da Paraíba. Composto por cerca de 250 mil negativos fotográficos em preto e branco, o acervo é uma coleção de reportagens fotográficas institucionais do Estado. O material inclui imagens mais antigas em tamanho 6x6 e 35 milímetros, e uma outra parte mais recente, colorida e em 35 milímetros.
Como detentora desse patrimônio iconográfico que conta parte da história da Paraíba, a Fundação Casa de José Américo assumiu o tratamento e a digitalização de todo material, trabalho que, para ser concluído, levará alguns anos, mas uma pequena parcela já tem como resultado concreto. As mais de mil fotografias que estarão disponíveis à visitação pública vêm, desde o ano passado, sendo trabalhadas pelos fotógrafos Gustavo Maia e Antônio David.
“São inaugurações e outros eventos dos governadores; visitas de ministros, presidente da República e autoridades internacionais, além de reuniões com empresários e jornalistas. Enfim, tudo o que o Núcleo de Fotografias do Palácio da Redenção produziu durante longos anos e que, guardado, caminhava para ser prejudicado e perdido pelo tempo”, explica o fotógrafo e jornalista Antônio David.
“O que já foi digitalizado e que estará na exposição da Unidade Tambaú começa pela parte política, mas o acervo completo é muito maior. Inclui fotografias nas áreas de agricultura, economia, cultura e até mesmo reportagens de eventos realizados pelas religiões afro-brasileiras com atuação em nosso estado”, completa Gustavo Maia, que, além de fotógrafo da FCJA, também é historiador.
Gustavo contou que o trabalho com Antônio David foi iniciado no primeiro semestre do ano passado e que, desde as orientações iniciais do presidente da FCJA, o jornalista Fernando Moura, vem incluindo pesquisa, seleção, digitalização e tratamento de imagens. “E não somente desse grande acervo do Palácio da Redenção, como também de outras publicações, a exemplo da histórica Revista Era Nova”, acrescenta Gustavo.
Diretor do extinto Núcleo de Fotografia do Palácio da Redenção durante anos, Antônio David destaca registros que já acompanhou. “Para se ter uma ideia da importância desse trabalho para os futuros pesquisadores e para a própria FCJA, temos nesse acervo fotografias do processo de criação da própria Casa de José Américo, no governo de Tarcísio Burity e, inclusive, fotos da inauguração que contou com a presença do então vice-presidente da República, Aureliano Chaves”, detalha.
Além de contribuir para pesquisas, David adverte que a grande vantagem de todo esse acervo é que, depois de trabalhado, todo o material poderá ser disponibilizado em plataforma digital. “O acervo inteiro é muito grande e sei que levaremos anos para transformá-lo. Mas essa parte que será exposta na Unidade Tambaú não deixa de ser um grande passo para termos no futuro um expressivo banco iconográfico do estado”, conclui Antônio David.
A Unidade Tambaú, novo equipamento da instituição que preserva a memória e a obra do escritor José Américo de Almeida, é uma forma de expandir o serviço da FCJA e, ao mesmo tempo, criar uma nova leva de usuários. Nos últimos anos, a instituição teve um acréscimo consistente de novos acervos. O novo equipamento vai permitir que uma geração que desconhece o papel da FCJA possa ter um acesso mais lúdico, mais rápido, mais interativo com os serviços e arquivos da própria Fundação. A FCJA, na Praia do Cabo Branco, foi criada pela Lei 4.195, de 10 de dezembro de 1980, e inaugurada em janeiro de 1982.