O Senado aprovou nesta terça-feira (18), em votação simbólica, a medida provisória que autoriza o Ministério da Saúde a prorrogar contratos temporários de profissionais de saúde atuantes nos hospitais federais e institutos nacionais de saúde no estado do Rio de Janeiro. O texto da MP 1.142/2022, já aprovado pela Câmara dos Deputados na forma do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 3/2023, segue agora para sanção. O novo texto da MP prevê que, além dos 3.478 contratos de profissionais de saúde inicialmente previstos, poderão ser prorrogados outros 639 postos temporários que vierem a ser preenchidos. No total, são 4.117 profissionais cuja contratação tinha sido autorizada por uma portaria interministerial de 2020. A data limite dos contratos também mudou: em vez de 1º de dezembro de 2023, será 1º de dezembro de 2024. A proposta estabelece ainda que a prorrogação não dependerá da manutenção da declaração formal do estado de calamidade pública que motivou a celebração dos contratos, mas ficará condicionada à disponibilidade orçamentária e financeira. Abrangência O impacto inicial previsto quando a MP foi editada era de R$ 255 milhões, abrangendo salários e encargos patronais. As unidades de saúde envolvidas são: Hospital Federal do Andaraí (HFA); Hospital Federal de Bonsucesso (HFB); Hospital Federal da Lagoa (HFL); Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE); Hospital Federal de Ipanema (HFI); Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF); Instituto Nacional de Cardiologia (INC); Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into); e Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Mais recursos Ao defender a aprovação da MP, o relator do texto no Senado, Fabiano Contarato (PT-ES), recomendou a aprovação das mudanças feitas na Câmara e rejeitou todas as emendas apresentadas. — Os hospitais encontram-se em situação crítica. Esses hospitais federais já teriam, em novembro de 2022, 437 leitos bloqueados e elevado déficit de profissionais, com risco de ampliação do fechamento de leitos em razão da potencial dispensa de mais 2 mil médicos, enfermeiros e auxiliares em 1º de janeiro de 2023. Segundo o Ministério da Saúde, “a especificidade da assistência especializada dos profissionais de saúde exige cautelosa transição”: “A ruptura abrupta traria um elevadíssimo risco de desassistência, de incidência de iatrogenias e de outros problemas assistenciais com impactos irreversíveis e incalculáveis. A não prorrogação dos contratos temporários de que trata a MP, dessa forma, elevaria substancialmente o risco de colapso do sistema público de saúde daquele estado, em prejuízo da população que demanda esses serviços”, aponta a pasta na exposição de motivos.
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