A Universidade Estadual do Paraná (Unespar), em parceria com a Cooperativa Eco Pontal, está promovendo no Litoral do Estado oficinas sobre a transformação da casca de coco verde em subprodutos com valor agregado. Parte do projeto “Nossa Praia Mais Limpa e Sustentável”, mais de 400 pessoas já participaram da atividade, que ensina a fazer um vaso de planta, chamado de cocodama, com a fibra do coco.
O trabalho consiste no reaproveitamento das cascas de coco verde recolhidos pelas equipes de limpeza das praias para, então, serem transformadas em outros produtos, a partir da fibra, substrato e casquilho. O projeto é dividido em três etapas: capacitação dos bolsistas e planejamento logístico, coleta e armazenamento do coco verde e realização de oficinas para turistas.
A iniciativa visa a inclusão social e econômica de pessoas em situação de vulnerabilidade, gerando emprego e renda, principalmente na coleta seletiva durante a alta temporada e na produção de subprodutos ao longo do ano. Aliado a isso estão os ganhos ambientais, com a correta destinação da casca do coco verde e evitando que ele seja levado ao aterro sanitário, e a conscientização ambiental da população.
A professora de Engenharia de Produção da Unespar em Paranaguá, Camila Matos, explicou que o objetivo é mostrar o trabalho de excelência desenvolvido nas universidades públicas do Paraná.
“É uma atuação muito legal para a comunidade, porque a gente consegue trazer a universidade para esse momento de lazer. Além aproveitarem o dia, eles aprendem que a universidade tem pesquisas e projetos que trazem benefícios à população, como esse projeto aqui”, destacou.
OFICINA– A Unespar, com apoio da cooperativa, está ministrando oficinas com os veranistas mostrando os produtos que podem ser feitos a partir do coco verde, entre eles os cocodamas, que têm feito sucesso no Litoral.
A gestora técnica da Cooperativa Eco Pontal e uma das responsáveis pela oficina, Nádia Giacomini ressaltou que a ação visa despertar a importância do descarte correto dos resíduos. “É mostrar para onde vai o coco que ela consome. Além de apresentarmos o que é o projeto, como ocorre o processo de transformação do coco, da coleta até chegar aos produtos, todo esse processo é explicado para os visitantes do estande. Do momento que é coletado, até ser processado e transformado”, detalhou.
A transformação do coco verde é uma forma de agregar valor ao produto, oferecendo mais renda para cooperativas e cooperados.
“Na oficina ensinamos a fazer o vasinho chamado de cocodama. Esse processo de transformar a fibra no vaso é uma forma de conscientização, agregando a conscientização ambiental, para que eles entendam que o resíduo não é simplesmente descartar, ele tem que ser destinado corretamente para que aconteça o ciclo da reciclagem e a sua reciclabilidade”, complementou.
Moradora de Curitiba, Valdete Santos Duarte, 50 anos, e as filhas Eduarda e Alice, foram algumas das participantes da oficina desta quinta-feira (30). “Eu achei interessante porque eu gosto de flores. O que me chamou a atenção foram as flores, o vasinho diferente. As meninas viram que estávamos olhando, nos chamaram e explicaram que hoje ia ter a oficina”, contou. “Eu achei interessante, é muito gostoso de fazer, relaxante. É uma coisa boa, a sensação de fazer arte.”
A estudante Maisa Sophi Haack, 16 anos, veio de Curitiba passar alguns dias no Litoral e saiu com um vaso feito por ela na oficina. “Minha amiga me chamou para participar e fiquei sabendo que é com a fibra de coco. Eu acho muito importante reutilizar as coisas, além de ganhar uma florzinha”, disse. E a flor saiu do estande já com nome próprio. “Eu ganhei a Julieta. Achei que eu não conseguiria fazer, mas eles ensinaram certinho e deu tudo certo.”
A amiga Rafaela Zanardo, 16 anos, veio de Maringá com o pai, que está trabalhando no Verão Maior Paraná como guarda-vidas. O que a motivou a participar da oficina foi presentear uma pessoa especial com o vaso. “De início eu pensei que era um bom presente para minha avó, porque ela ama plantinhas, e também gostei da ideia deles usarem a fibra do coco, porque é uma coisa que a gente nunca imaginaria que poderia usar para uma planta”, comentou.
“Eles ajudaram bastante e foi bem fácil. É importante essa parte de reutilização, pelo fato de que as pessoas muitas vezes jogam fora coisas que dá para usar para outros fins”, finalizou.
As oficinas também têm um caráter especial para os profissionais. “Nós promovemos a inclusão. Tivemos a participação de várias crianças e adolescentes com autismo que conseguiram desenvolver muito bem na oficina, conseguimos fazer o que eles gostassem, foi muito gratificante tanto para a população de aprender quanto para nós, que podemos ter essa troca com eles”, acrescentou a professora Camila.
VERÃO MAIOR PARANÁ– Toda a programação do Verão Maior Paraná pode ser conferida no site exclusivo do Governo do Paraná, o pr.gov.br/verao . Serão 33 shows nacionais gratuitos nas arenas de Matinhos e Pontal do Paraná, além de grande programação esportiva nas arenas das praias do Litoral e na região Noroeste.