Gestores, médicos e profissionais da área da saúde debateram na tarde desta sexta-feira (15) os avanços e desafios dos atendimentos na rede de assistência de média e alta complexidade. O debate integra o I Congresso Amazônico de Oncologia do Hospital Ophir Loyola, em Belém, iniciado na quinta-feira (14), com encerramento no sábado (16).
O segundo dia de programação contou com a participação de representantes do HOL, que é o Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Estado do Pará, e das demais Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons). Com o tema “Cacon e Unacons”, houve uma mesa-redonda para debater a “Rede de assistência de média e alta complexidade em oncologia do Estado do Pará: avanços e desafios”.
A oncologista Ana Paula Borges destacou os avanços do HOL no atendimento de casos de câncer. “O principal desafio, hoje, é diagnosticar o câncer em fase inicial para elevar a chance de sucesso na terapia oncológica e, consequentemente, de cura. E o Pará tem avançado bastante nessas intervenções terapêuticas, fazendo com que os centros de referência tenham cada vez mais equipamentos de ponta e especialistas para tratar da doença”, ressaltou.
De acordo com Ana Paula Borges, o Estado presta assistência especializada em todas as regiões de saúde. “O atendimento é feito por meio de macrorregiões, com Unacons, que são referências, com localizações estratégicas para atender todas as localidades que ficam próximas. Essas unidades são responsáveis pelo diagnóstico precoce e tratamento do câncer”, explicou a especialista.
Integração- Patrícia Martins, coordenadora Estadual de Oncologia, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), informou que a mesa-redonda reuniu toda a rede de oncologia estadual para debater as práticas e formas de melhorar ainda mais a oferta de serviços. “Debatemos os avanços da rede, principalmente a integração desses diferentes serviços. Por meio da Câmara Técnica de Oncologia discutimos os avanços e as perspectivas de melhoria do acesso, especialmente a Lei dos 30 dias sobre diagnóstico precoce do câncer, e a Lei dos 60 dias para que o paciente diagnosticado possa iniciar tratamento oncológico. O objetivo desse encontro é melhorar o sucesso do tratamento e garantir um atendimento de qualidade, de assistência na oncologia no Estado do Pará”, frisou Patrícia Martins.
Com dimensões continentais e regiões com dificuldades de acesso, o Pará tem muitos desafios a serem superados no atendimento aos casos de câncer. Segundo Patrícia Martins, a realização do Congresso cumpre uma importante função: a comunicação e integração, para que todos os profissionais atuantes na rede de assistência conheçam os serviços ofertados em cada unidade, a fim de garantir o acesso a ribeirinhos, indígenas, quilombolas e moradores de áreas rurais de difícil acesso.
Dificuldades- “Esses pacientes enfrentam um percurso muito grande para chegar até Belém. Portanto, precisamos divulgar os serviços das unidades próximas aos locais onde residem e proporcionar o atendimento dentro da região de origem, sem que eles precisem se deslocar para outros municípios. Isso é muito importante”, disse Patrícia Martins, acrescentando que “o objetivo deste Congresso é trazer todas as tecnologias, as vertentes, sobretudo em relação ao atendimento humanizado, ao atendimento de qualidade na assistência dos nossos pacientes da região amazônica”.
A cada ano, segundo Ana Paula Borges, "o Hospital Ophir Loyola faz mais de um milhão de atendimentos em todas as especialidades, e assiste pacientes oncológicos não só do Pará, mas de estados vizinhos, como o Amapá e o Maranhão".
Além do HOL, atuam no atendimento de casos de câncer as Unacons dos municípios de Santarém, Tucuruí, Marabá e Castanhal, e os hospitais Universitário João de Barros Barreto e Oncológico Infantil Octávio Lobo, ambos em Belém. Mais dois hospitais garantem o atendimento, nos municípios de Paragominas e Parauapebas, que mesmo não sendo Unacons ofertam assistência de referência.
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