Herança dos povos indígenas, a farinha de mandioca é um dos alimentos que faz parte, diariamente, da alimentação do paraense. Para garantir a melhor qualidade da farinha comercializada, o Governo do Estado, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do estado do Pará (ADEPARÁ), garante registros a estabelecimentos que estão habilitados a ofertar produtos seguros e de qualidade ao consumidor. Atualmente, nove estabelecimentos da cadeia produtiva, que produzem exclusivamente farinha de mandioca, possuem o registro estadual. A expectativa é de que, até o final de 2024, outros sete estabelecimentos obtenham o registro.
"Registrar a produção de farinha artesanal é beneficial tanto para quem vende quanto para quem compra. Para os produtores, o registro possibilita acesso a novos mercados e assegura que o produto foi produzido dentro das condições higiênico-sanitárias, atendendo aos padrões de identidade e qualidade exigidos. Para os consumidores, isso representa a confiança de adquirir um alimento seguro e de qualidade, que respeita a tradição e o cuidado da produção artesanal que passou por um processo de inspeção", ressalta Jamir Macedo, diretor-geral da ADEPARÁ.
Registrada em 2022, em território abrangido pela Indicação Geográfica da Farinha de Mandioca de Bragança, a Casa de Farinha do produtor Generaldo Oliveira, no município de Augusto Corrêa, produz, em média, 60 sacos de farinha por mês, e emprega 22 pessoas da agricultura familiar que atuam em todas as etapas do processo. A regularização do espaço, que funciona no Sítio Três Lagoas, foi uma meta alcançada pelo produtor que agora comercializa farinha para outros municípios paraenses, proporcionando a abertura de novos mercados, a valorização da agricultura familiar e os pequenos produtores da região.
“Ter o registro é um investimento que torna nosso produto diferenciado no mercado. Hoje, estamos produzindo por ano cerca de 36 toneladas de farinha de mandioca, destinada ao mercado da região, mas também da capital paraense, mas acredito que o ideal seria que todas as casas de farinha trabalhassem conforme as normas da certificação, o que é melhor para os produtores, que não enfrentariam a concorrência desleal dos produtos feitos sem seguir as normas sanitárias e também para quem compra a farinha que adquire um produto seguro e de qualidade”, pontua o produtor.
Em 2023, segundo dados da Produção Agrícola Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará foi considerado o principal produtor de mandioca do Brasil, atingindo a produção de 3,77 milhões de toneladas (20,4% da produção nacional), com o Acará sendo o principal município produtor do Estado, com um volume de 315,96 mil toneladas de mandioca (8,4% da produção estadual).
O gerente de inspeção de produtos de Origem Vegetal da Adepará, Hamilton Silva, celebra o avanço no serviço de inspeção da agência, que conta, de modo geral, com 143 estabelecimentos registrados. “Esses estabelecimentos têm na sua produção vários produtos derivados da farinha da mandioca, farofa, goma, maniva, tucupi, a própria farinha, entre outros. Já catalogamos nessas empresas mais de 190 produtos e o nosso serviço é fundamental para assegurar a qualidade dos produtos que são comercializados”, finaliza.
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