Nesta quinta-feira (14) é o Dia Mundial de Combate ao Diabetes, data escolhida para reforçar os cuidados com pacientes que convivem com a doença, e conscientizar a população sobre os riscos que ela acarreta na saúde.
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica na qual há altos níveis de glicose no sangue, porque o organismo não consegue produzir insulina ou produz uma quantidade insuficiente; ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. A falta de insulina ou a incapacidade das células em responder à insulina leva a altos níveis de glicose no sangue, ou hiperglicemia, que é a marca do diabetes.
A doença pode ser classificada em três tipos:
- O tipo 1 ocorre quando o próprio corpo produz anticorpos, destruindo as células pancreáticas e provocando, assim, a diminuição da produção de insulina no organismo. Geralmente, acomete crianças e adolescentes, mas também pode aparecer em adultos e faz com que a pessoa precise de injeções diárias de insulina para manter os níveis de glicose no sangue sob controle. Esse tipo de diabetes não tem cura e necessita de tratamento permanente.
- Diagnosticado na maioria dos casos em adultos, o Diabetes tipo 2 impossibilita o corpo de obter o bom uso da insulina que produz. Uma das causas da manifestação da doença pode ser o sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Em seu tratamento, deve-se incluir uma alimentação e estilo de vida saudáveis, com atividades físicas, além da necessidade de uso de medicamentos orais e/ou insulina para manter seus níveis de glicose no sangue sob controle.
- Já o diabetes gestacional (DMG) se apresenta com níveis elevados de glicose no sangue, durante a gravidez, pelo fato de a placenta produzir hormônios que podem reduzir a ação da insulina, que é o hormônio responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O diabetes gestacional pode ser transitório, restrito à gestação, porém as mulheres diagnosticadas precisam realizar acompanhamento médico, pois há um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 e doença cardiovascular.
A médica e referência técnica em Endocrinologia da Sesa, Juliana de Paula Peixoto, alerta para os riscos da doença e a importância dos cuidados com a saúde. “O diabetes é uma doença silenciosa, que precisa de tratamento oportuno e eficaz. Tratar bem o diabetes inclui, além do controle glicêmico, avaliar o risco de complicações em face de outras doenças concomitantes, como hipertensão arterial e dislipidemia. Cuidar bem do coração e dos rins, com o uso de medicações para o controle de pressão e colesterol, é fundamental”, frisou.
Dados
A Secretaria da Saúde (Sesa), estima que haja no Espírito Santo um percentual de 9,6% de adultos acima de 18 anos portadores de diabetes, segundo dados da pesquisa Vigitel, realizada em 2023. Isso equivale a 368.036 pessoas, sendo mais de 90% (331.232 pessoas) delas portadoras do diabetes tipo 2, e apenas 10% (36.804 pessoas) do tipo 1.
Segundo o International Diabetes Federation (IDF), o Brasil é o terceiro país do mundo com a maior prevalência do tipo 1 em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, estimado em 92.300 casos. Desse modo, extrapolando esta estimativa de prevalência para o Estado, há em torno de 1.725 casos do tipo 1 até 19 anos.
Em relação aos óbitos, de acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), neste ano, até o dia 11 de novembro, foram registradas 1.210 mortes relacionadas à doença. Em 2023, de janeiro a dezembro, o Espírito Santo registrou 1.714 mortes pela doença.
Cuidados
A identificação e tratamento do diabetes acontecem diretamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O paciente que convive com a doença deve ter uma atenção redobrada com a saúde, reforçando alguns cuidados essenciais para um bem-estar. Alguns deles são:
Bem-estar físico: Ter uma alimentação equilibrada, com alimentos saudáveis, ricos em fibras, evitando alimentos industrializados. A prática de exercício físico regular também é benéfica. A junção dos dois permite que o paciente tenha uma melhor qualidade de vida.
Bem-estar social: Ao tomar corretamente a medicação, o paciente dá um importante passo para o bom convívio em sociedade, aprendendo e aceitando que a doença não é uma limitação em sua vida.
Bem-estar mental: A saúde mental do paciente é um fator de grande influência no tratamento clínico da diabetes. Por ser uma doença crônica, ela pode se tornar uma influência determinante para desencadear ou piorar casos de estresse e ansiedade.
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