A Baía de Paranaguá, no Litoral, é o mais recente território a fazer parte do programa Vocações Regionais Sustentáveis (VRS), iniciativa da Invest Paraná – agência de promoção de investimentos do Governo do Estado –, que valoriza e busca inserir em novos mercados a produção tradicional e sustentável do Paraná. Famílias de sete comunidades são atendidas: Piaçaguera, Eufrasina, Ilha do Teixeira, Amparo, Europinha, Ponta do Ubá e São Miguel.
Caracterizada por extensas áreas de manguezais e remanescentes da Mata Atlântica, a região conta com uma biodiversidade única e diferentes comunidades que desenvolvem atividades econômicas que possuem um papel importante para a conservação do meio ambiente e das culturas originárias. E foi com base nas atividades identificadas nessas comunidades que houve a pré-seleção de quatro cadeias de valor que serão trabalhadas no programa: pesca artesanal, artesanato, turismo de base comunitária e agricultura familiar.
Além da Invest Paraná, o VRS Baía de Paranaguá é executado em parceria com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual do Paraná (Funespar), entidade que já atua com as comunidades litorâneas, além de outras instituições que vão contribuir com as ações do programa na região. “O Litoral foi a região em que iniciamos as ações do VRS, atuando com famílias de Morretes, Antonina e Guaraqueçaba inseridas no território da Mata Atlântica”, explica o diretor de Desenvolvimento Econômico da Invest Paraná, Rogério Chaves.
“Foi dentro desse processo que identificamos novas possibilidades com as comunidades litorâneas, fazendo a interlocução com parceiros e as próprias famílias para entender o que era necessário para poder avançar com o programa na Baía de Paranaguá”, disse.
As oficinas do VRS foram realizadas nas sete comunidades entre setembro e outubro e contaram com palestras de empreendedores locais, secretarias municipais e estaduais e outras instituições. Nas atividades foram aplicadas dinâmicas relacionadas às cadeias de valor trabalhadas, que contribuíram para o levantamento dos potenciais de cada comunidade e dificuldades enfrentadas por elas. Além disso, também colaboraram para a identificação e compreensão dessas cadeias e para apontar objetivos e aspirações das comunidades em relação ao futuro.
As próximas ações serão voltadas para a coleta de dados em campo, que complementam as informações e temáticas levantadas nas oficinas. Esses dados possibilitarão a formulação de uma estratégia de desenvolvimento para o território. “As oficinas identificaram as cadeias de valor que podem ser exploradas e agora vamos fazer a análise e diagnóstico para montar a melhor estratégia de atuação com essas famílias”, explicou Chaves.
SOBRE O PROGRAMA– O Vocações Regionais Sustentáveis foi criado em 2021, com o objetivo de incentivar os pequenos produtores e valorizar a bioeconomia regional por meio da promoção das cadeias de valor, que são os produtos e serviços que podem ser comercializados ou explorados economicamente nessas áreas.
Até o momento, o programa está atendendo 2 mil famílias de 25 municípios, divididos em quatro territórios, além da Baía de Paranaguá. Na região de Mata Atlântica, no Litoral, são explorados a banana, pupunha, juçara e frutos sazonais, a mandioca e o turismo de natureza e de base comunitária. No Centro-Sul, são trabalhados a erva-mate e o pinhão.
Os municípios do Vale do Ribeira entraram com a ponkan, o mel, mandioca, economia criativa e artesanato. Já na região da Bacia do Miringuava, em São José dos Pinhais, o trabalho envolve a produção de hortaliças, agroindústria e o turismo rural.
Para fomentar essa produção sustentável, a Invest Paraná trabalha com 25 parceiros comerciais e quatro fundações universitárias, levando os produtos típicos paranaenses a eventos internacionais e plataformas globais de compras. Um exemplo é a parceria com a Shopee , inédita no Brasil, para que o aplicativo de uma das maiores plataformas de e-commerce do mundo funcione como uma vitrine para os produtores atendidos no programa.
Outra parceria envolve a plataforma de hospedagem Airbnb, que incluiu em seu projeto Rotas do Brasil o roteiro de turismo sustentável batizado de Coração da Mata Atlântica: segredos do Paraná. A ideia é promover viagens que valorizam a cultura e a economia das comunidades locais nas áreas do bioma, no Litoral do Paraná.
Localizada no maior remanescente da Mata Atlântica do Brasil, a rota passa pelos municípios de Morretes, Antonina e Guaraqueçaba, valorizando o empreendedorismo sustentável e destinos turísticos como o Caminho do Itupava, o Pico do Paraná, o Parque Estadual Pico do Marumbi e a Ilha de Superagui, além de empreendimentos particulares na região.
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