No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, data lembrada no Brasil, neste domingo (10/11), o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) reafirma seu compromisso com a inclusão e a reabilitação de pessoas com deficiência auditiva, por meio de serviços médicos e terapêuticos.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tem mais de 10 milhões de pessoas surdas, e, ao menos, a metade das ocorrências poderia ter sido evitada ou minimizada, mediante o acesso às informações da saúde auditiva e do devido acompanhamento médico.
De acordo com a otorrinolaringologista do CIIR, Fernanda de Queiroz, o acompanhamento com o médico otorrinolaringologista é crucial para a avaliação auditiva, pois é o profissional qualificado a identificar e diagnosticar fatores de risco para possíveis perdas auditivas e, se possível, intervir para que quando o problema puder ser evitado ou revertido, além de fazer parte do processo de reabilitação auditiva sempre que exista indicação.
A médica destaca que a avaliação para possíveis perdas auditivas deve ser feita, preferencialmente, durante o pré-natal da mãe, a fim de evitar doenças congênitas que possam ter sequelas audiológicas, entre outras.
“Ao nascer, é imprescindível realizar avaliação com o famoso ‘teste da orelhinha’, um método de triagem eficaz nos diagnósticos de surdez congênita. A partir disso, é ideal avaliar durante a infância se houver qualquer desconfiança de dificuldade auditiva, a qual geralmente vem acompanhada de atraso de fala, troca de fonemas ou letras, desatenção, entre outros”, alerta a doutora Fernanda Queiroz.
Em relação aos adultos e idosos, a profissional explica que é importante avaliar quando houver quaisquer sinais auditivos novos, como sensação de ouvido tapado, zumbido ou mesmo a percepção de escutar menos.
Níveis –Fernanda Queiroz explica, ainda, que existem vários graus e tipos de perda auditiva, sendo alguns reversíveis e outros não, e que, para isso, há inúmeros fatores, sendo a maioria genéticos, os quais grande parte dos genes não foram totalmente definidos.
“Além disso, há doenças congênitas, ou seja, doenças que são adquiridas durante a gestação, na infância, causas inflamatórias, doenças infecciosas, reumatológicas, neurológicas, causados por traumatismos cranianos, utilização de medicações com toxicidade otológica ou drogas, causas idiopáticas, sem causa aparente, entre outros”, evidencia. “Nosso papel é identificar e proceder a conduta correta, que muitas vezes pode ser cirúrgica, ou grande parte acompanhamento clínico”, concluiu.
Acompanhamento –Outro profissional crucial para o acompanhamento da perda auditiva é o fonoaudiólogo, responsável diretamente pela suspeita da perda auditiva e realização de exames audiológicos, que auxiliam no diagnóstico da perda auditiva. No CIIR, o fonoaudiólogo está intimamente relacionado com a reabilitação e terapias para adaptação, seja com os famosos aparelhos auditivos ou outros métodos.
Para Natanaelly Figueiredo, fonoaudióloga do CIIR, o profissional é essencial no combate à surdez por ser responsável em avaliar, diagnosticar, tratar e, principalmente, reabilitar as pessoas com alguma alteração auditiva. O profissional avalia o nível de surdez e indica o melhor tipo, tamanho e marca de aparelho auditivo, além de orientar os usuários quanto à adaptação no uso do equipamento.
“A atuação do fonoaudiólogo promove a melhora da comunicação e qualidade de vida. Portanto, é muito importante que, principalmente os pais, estejam sempre atentos às crianças. Se ela tem alguma dificuldade de aprendizagem na escola, dificuldade na fala, procure um fonoaudiólogo para destacar ou excluir alguma perda auditiva (hipoacusia)”, orienta Natanaelly.
Investigação –Marcella Souza, 42 anos, é atenta e cuidadosa com a saúde do filho, Asafe Siqueira, de 9 anos. Ela o levou para consulta com a otorrinolaringologista Fernanda Queiroz, sob suspeita de perda auditiva da criança, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Quando o Asafe era bebê, ele fez todos os testes: do olhinho, do pezinho, do ouvido. Na época, estava tudo normal. Depois, foram aparecendo alguns problemas, de causas desconhecidas, como a questão da audição. Hoje, durante a consulta com a ‘otorrino’ aqui do CIIR, a médica especialista constatou que em alguns momentos ele não ouvia direito. Portanto, nós ainda estamos no processo de investigação, para entender e buscar o tratamento adequado e, dessa forma, ele possa ouvir de forma correta e com mais atenção”, planeja Marcella Souza.
Suporte –Para os usuários com deficiência auditiva, que são acompanhados no CIIR, uma das possibilidades de inclusão social é por meio do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), popularmente conhecido como aparelho auditivo, que amplifica o som ambiente de acordo com as necessidades da pessoa. A entrega do aparelho acontece após o usuário passar por uma avaliação médica com a especialidade em otorrinolaringologia na fase inicial de acompanhamento. O usuário, então, é encaminhado a realizar todos os exames audiológicos, tais como, a audiometria tonal, imitanciometria, emissões otoacústicas, inclusive, exames objetivos, sendo o bera, para ser fechado o diagnóstico do reabilitando.
Perfil -O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro, por meio de encaminhamento das Unidades de Saúde (UBS), acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez faz o encaminhamento à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.
Texto de Tarcísio Barbosa / Ascom CIIR
Mín. 15° Máx. 28°