Sábado, 23 de Novembro de 2024
17°C 22°C
São Paulo, SP

RDS do Rio Amapá inicia temporada de eclosão de quelônios com 147 filhotes

Trabalho é realizado na BR-319, sendo o primeiro na Unidade de Conservação...

16/10/2024 às 22h36
Por: J6 Live Fonte: Agência Amazonas
Compartilhe:
Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas

Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas

A temporada de eclosão dos ovos de quelônios iniciou nas Unidades de Conservação. Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Amapá, os primeiros 147 ovos de tracajás (Podocnemis unifilis) e irapucas (Podocnemis erytrocephala) eclodiram na comunidade Rio Novo, em Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus).

A eclosão é a primeira monitorada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) na Reserva. A RDS tornou-se a 24ª Unidade de Conservação a realizar o trabalho de monitoramento de quelônios. O local escolhido encontra-se no km 360, chamado “trecho do meio” da BR-319, e foi selecionado por sua localização estratégica e pela presença comunitária local.

Segundo o gestor da RDS Rio Amapá, Rosivan Moura, a comunidade recebe diversas pressões e ameaças ambientais. A área é parte da zona de amortecimento da RDS. Banhado pelo rio Novo, o local é utilizado como meio de acesso até o interior da Reserva, onde há histórico de caça predatória de ovos de quelônios.

“A ideia de trazer a primeira chocadeira para cá foi de tentar sensibilizar e ter um monitoramento dessa área com uma presença maior do Governo do Estado, dos órgãos de fiscalização, bem como uma participação mais ativa dos parceiros de trabalho, para que nós possamos minimizar os impactos que essa área vem sofrendo”, explicou o gestor.

Montagem da chocadeira

Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas
FOTOS: Noir Miranda/Sema

Para a construção, foi necessária uma equipe técnica fazer a inspeção do local. A retirada da madeira foi oriunda da Reserva, com base na Norma do Auto-Abastecimento (Resolução Cemaam nº 03/08). Em parceria com o Consórcio Concremat/Hollus e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), foram adquiridos os insumos necessários.

“Essa área está incluída nos espaços de atuação do DNIT, por isso a Sema nos convidou para atuar nesse projeto. Nas reuniões, fomos vendo as necessidades, quais apoios seriam necessários, e chegamos no resultado da montagem da chocadeira, por meio de parceria com a empresa que faz a manutenção da BR-319”, explicou Karen De Santis, supervisora do Consórcio Concremat/Hollus e gestora ambiental do DNIT.

A capacitação para os trabalhos foi realizada pelos técnicos em monitoramento ambiental da Sema, que unem o conhecimento técnico-científico ao conhecimento popular. Foram ensinados os métodos de coleta, identificação da desova e a maneira correta de depositar os ovos na chocadeira.

Apoio aos comunitários

As capacitações surgiram visando, além da redução de ameaças ambientais locais, a melhoria de resultado de um trabalho similar na comunidade. Paulo Nazareth, pescador e primeiro morador do trecho do meio da BR-319, afirma que tentou trabalhar no monitoramento por conta própria há 20 anos, mas não obteve sucesso.

Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas
Foto: Reprodução/Agência Amazonas
FOTOS: Noir Miranda/Sema

“Eu tenho um lago aqui no meu terreno, e a primeira vez que soltei bicho de casco, foram 70, há uns 20 anos. Aí todo ano continuei pegando e soltando. Só que no tempo que meu filho adoeceu precisei ir pra Manaus, tinha um cercado para proteger os tracajás. Mas como não tinha ninguém para reparar, um jacaré entrou, arrombou a cerca, e levou os tracajás chocados todos embora”, relatou.

Agora, com o trabalho capacitado, Paulo vê uma perspectiva de sucesso que será deixada aos seus filhos e netos. Segundo especialistas e técnicos da Sema, a taxa de sobrevivência do quelônio manejado é de 15% a 20%, sendo que, na natureza, esta taxa é entre 0,5% a 2%.

“Enquanto eu existir nesse lugar e for vivo, a minha obrigação é fazer isso. Porque a gente convive com a natureza, e a gente sente muito a perda de um animal desse. A gente vê que está diminuindo. Então temos que trabalhar para recuperar. Têm nossos filhos, nossos netos, a nossa família e eles precisam disso”, completou.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
São Paulo, SP
18°
Tempo nublado

Mín. 17° Máx. 22°

18° Sensação
3.58km/h Vento
89% Umidade
92% (1.9mm) Chance de chuva
05h11 Nascer do sol
06h34 Pôr do sol
Dom 23° 16°
Seg 25° 15°
Ter 31° 18°
Qua 31° 21°
Qui 32° 23°
Atualizado às 03h09
Economia
Dólar
R$ 5,80 +0,02%
Euro
R$ 6,04 +0,05%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,40%
Bitcoin
R$ 606,906,93 -0,32%
Ibovespa
129,125,51 pts 1.74%
Lenium - Criar site de notícias