Inaugurado em 09 de outubro de 1967, o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) completa, nesta quarta-feira (09), 57 anos de atuação na saúde pública capixaba. Além da sua importância no Estado, ele vem se consolidando como referência no cenário nacional.
Dos 27 Lacens do Brasil, apenas o do Espírito Santo e o do Amazonas são acreditados na Norma ABNT NBR ISO/IEC 17.025:2017, norma técnica internacional que define os requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração, garantido sistema de gestão de qualidade.
“Essa certificação elevou o patamar do Lacen/ES frente a outras instituições, estaduais e nacionais, sendo frequente o compartilhamento de experiências, procedimentos técnicos e documentais com gestores da qualidade de todo país”, destacou o diretor do Lacen, Rodrigo Rodrigues.
A partir deste ano, o Lacen/ES iniciou um capítulo importante na vigilância epidemiológica das arboviroses, com a ampliação da detecção da Febre Oropouche, sendo seguido por demais estados onde não são áreas endêmicas. Por meio da metodologia de Biologia Molecular, o Lacen/ES passou a analisar todas as amostras suspeitas de arboviroses negativas para dengue, Zika e chikungunya.
Foi assim, que em abril, a circulação do vírus foi confirmada no Estado, somando mais de 500 casos positivos desde então. Anteriormente, esse processo já acontecia para a detecção de Mayaro e Febre do Nilo.
Para Rodrigues, a incorporação de novos serviços e metodologias fortalece ainda mais a capacidade do Lacen/ES em desempenhar um papel estratégico na vigilância e no diagnóstico preciso de uma ampla gama de agravos à saúde pública. “Isso possibilita a entrega de resultados de forma ainda mais rápida à população, pois exames que anteriormente eram encaminhados aos laboratórios de referência nacional passaram a ser realizados no Estado, promovendo celeridade”, disse o diretor.
Além da celeridade nos resultados, o Lacen/ES desenvolve uma importante função quanto à vigilância nacional da Tuberculose. Nos últimos cinco anos, ele se consolida como o laboratório de referência regional aos estados da Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe para Tuberculose e Micobacterioses não tuberculosas (MNT) pelo Ministério da Saúde, com o desenvolvimento de atividades relacionadas ao diagnóstico da tuberculose e infecções provocadas por micobactérias não causadoras de tuberculose.
Para o próximo ano, a expectativa, segundo o diretor Rodrigo Rodrigues, é que o laboratório possa continuar crescendo e se fortalecendo no cenário nacional, por meio da manutenção do escopo atual e de ensaios acreditados, diante de uma nova participação do Lacen/ES em auditoria realizada pelo Inmetro. E também, já iniciar o ano com ampliação do laboratório, com a entrega de um novo espaço para o Gerenciamento de Amostras Biológicas. “O novo prédio, contará com uma ampla estrutura, que permitirá a agilidade do recebimento, conferência e encaminhamento das amostras biológicas, já fracionadas, para as respectivas áreas técnicas executoras dos ensaios e análises, fortalecendo e aprimorando a qualidade e segurança destes processos pré-analíticos”, informou.
Números do Lacen/ES
O laboratório conta, em seu escopo, com 192 análises de interesse à saúde pública, que vão desde diagnósticos de doenças respiratórias, passando por arboviroses, sequenciamento genético, análises de alimentos, bebidas e água para consumo humano, além de 67 ensaios acreditados pelo Inmetro.
A unidade é formada por quatro núcleos administrativos e 22 setores técnicos, onde atuam cerca de 150 profissionais.
Atualmente, o laboratório de Biologia Molecular do Lacen/ES oferece a capacidade de realizar diagnósticos de mais de 52 agravos.
Além da implementação do diagnóstico molecular do arbovírus Oropouche, também ocorreu a implementação das análises de meningites virais (Caxumba, Parechovírus e Enterovírus), sorogrupagem de meningites meningocócicas, e também a ampliação dos serviços prestados no Programa de Prevenção ao Câncer de Colo de Útero na população capixaba, ao implementar a detecção molecular do Papilomavírus Humano, mais conhecido como HPV.
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