Sespa inicia campanha de incentivo à doação de órgãos em jogo no Mangueirão

No Pará, a campanha nacional Setembro Verde, em alusão à doação de órgãos e tecidos, começou mais cedo neste sábado (31), no Estádio Olímpico do Pará Jornalista Edgar Proença, o Mangueirão, em Belém. No jogo entre Clube Remo e Botafogo (da Paraíba), pela Série C do Campeonato Brasileiro, uma faixa no campo e imagem no telão mostraram o tema da campanha “Diga Sim! Você tem escolha! Seja doador de órgãos e tecidos. Comunique à sua família!”

Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a doação de órgãos e tecidos, a Central Estadual de Transplantes (CET), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), preparou uma agenda de ações de mobilização e sensibilização para o “Setembro Verde”, campanha alusiva ao Dia Nacional da Doação de Órgãos - 27 de Setembro, que conta com cursos, palestras, faixa no campo e imagem no telão de jogos no Mangueirão, além de orientações aos profissionais de saúde, corrida, panfletagem e outras atividades que serão realizadas durante o mês de setembro.

Para Alfredo Abud, coordenador da Central Estadual de Transplantes (CET), a campanha é fundamental, pois a doação de órgãos é um ato de generosidade que tem o poder de salvar vidas, e as pessoas precisam ter mais informações sobre como funciona a doação.

“É um gesto que pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas que aguardam ansiosamente por um órgão compatível. A doação proporciona o prolongamento da expectativa de vida de pessoas que precisam de um transplante, permitindo o restabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais. Devido ao número de partes do corpo que podem ser cedidas, cada doador pode salvar oito ou mais vidas”, explicou o médico. Imagem no telão do estádio

A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.

Referência- O Brasil é referência mundial em transplantes. O Sistema Nacional de Transplantes, cuja função central é exercida pelo Ministério da Saúde (MS), é o maior sistema público de transplantes de órgãos do planeta, sendo que 90% das cirurgias realizadas atendem exclusivamente à rede pública de saúde. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

“O Estado do Pará, através da Central Estadual de Transplante da Sespa, vem fazendo o seu papel no cenário nacional. Evoluímos muito nos últimos anos, principalmente com ações de sensibilização da população, projetos educacionais dos profissionais de saúde e busca ativa na construção de serviços em hospitais do Estado com condições de participar de todo esse processo”, avaliou Alfredo Abud. Campanha presente também nas arquibancadas do Mangueirão

Números- Nos últimos anos, o Pará registra um avanço significativo no número de transplantes. Em 2022 foram 272, e em 2023 subiu para 613 transplantes, sendo 519 de córnea, 74 de rim, quatro de fígado e 20 de medula óssea.

De janeiro até o fim de julho de 2024 foram realizados 376 transplantes pela rede pública de saúde do Pará, dentre os quais 302 foram de córnea, 41 de rim, oito de fígado e 18 de medula óssea.

Qualquer pessoa, independentemente da idade, pode ser um potencial doador de órgãos. Para que seja efetivada a doação, é fundamental que a pessoa tenha expressado sua vontade de ser doadora ainda em vida. Não é necessário registrar a intenção de ser doador em cartório ou incluir essa informação em documentos oficiais. Basta que a família esteja ciente do desejo do indivíduo de se tornar um doador após a morte. Isso ocorre porque, legalmente, a autorização da família é necessária para a concretização da doação.

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