O senador Izalci Lucas (PL-DF) criticou, em pronunciamento na terça-feira (16), o acesso à internet nas escolas públicas brasileiras. Segundo o parlamentar, 42% dos colégios monitorados pelo programa Escolas Conectadas apresentam uma conexão classificada como ruim ou péssima. Izalci também afirmou que quase metade das escolas públicas não possuem monitoramento da qualidade da internet. Para o senador, os dados revelam uma enorme falha na execução e na fiscalização do programa do governo federal.
— O Ministério da Educação até tenta se justificar, alegando que há outras fontes de informação sobre a velocidade contratada, mas não especifica quais são essas fontes. [...] Essa falta de transparência e de controle é simplesmente inaceitável em um projeto de tamanha importância.
Izalci ressaltou que a situação é ainda mais crítica no norte do país, onde a maioria das escolas do Amapá, de Roraima e do Acre não têm monitoramento de rede. Segundo o senador, 90% das escolas amapaenses estão desconectadas de qualquer tipo de avaliação sobre a velocidade da internet. O parlamentar também citou o exemplo de Mato Grosso do Sul, onde 64% das escolas públicas têm internet de má qualidade.
— Qual é o verdadeiro comprometimento do governo com relação à educação pública? Será que os R$ 8,8 bilhões prometidos para o programa Escolas Conectadas são apenas números inflacionados em discursos, enquanto a realidade dos alunos continua a mesma ou até mesmo piora? O MEC afirma que mais de 120 mil escolas já foram alcançadas pelas etapas iniciais de implementação da internet. Contudo, a realidade, o mundo real dos números mostra que a maior parte desse alcance é meramente ilusório. A falta de uma conexão decente transforma qualquer avanço tecnológico em um desperdício de recursos. De que adianta investir em equipamento e na formação de equipes pedagógicas, se a infraestrutura básica, que é a internet de qualidade, não está presente?
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