No Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, comemorado na quarta-feira (3), o senador Fabiano Contarato (PT-ES) defendeu mais conscientização e ações contra o racismo. Em pronunciamento no Plenário, Contarato se solidarizou com a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), que denunciou ter sofrido um ataque racista na Câmara dos Deputados. Ele fez um apelo por mais justiça e igualdade, denunciando o racismo estrutural persistente no Brasil. O parlamentar enfatizou que, na opinião dele, o país ainda julga as pessoas pela cor da pele e criminaliza a pobreza.
— Eu sonho com o dia em que eu não vou ser julgado por minha orientação sexual. Eu sonho com o dia em que meus filhos não vão ser julgados por serem pretos ou que a mulher não vai ser julgada por ser mulher ou um homem por ser idoso. Esse dia não chegou. Mas eu estarei aqui bradando, gritando, para falar que eu não compactuo com o Estado democrático que criminaliza a cor da pele.
Contarato apontou estatísticas sobre a população carcerária do Brasil, que, segundo dados apresentados por ele, é composta por 70% de pretos. O senador argumentou que o percentual não inclui os crimes que mais prejudicam a população do país e afirmou que o Parlamento tem sua “parcela de culpa” no comportamento da sociedade.
— Quando um político desvia verbas da saúde, ele está matando milhões de pessoas. Quando um político desvia verbas da educação, ele está matando milhões de pessoas. E qual é o percentual da população carcerária de crimes contra a ordem tributária, de crimes contra o sistema financeiro? Esses são blindados, por este Parlamento inclusive, porque aqui nesta Casa, sistematicamente, nós aprovamos leis que agravam a discriminação racial no Brasil — disse.
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