Neste sábado, 25 de maio, no auditório da Escola Municipal Professora Alzira Martins Dantas de Oliveira, foi realizado o Primeiro Regional de Religiões de Matrizes Africanas no município de Irará no estado da Bahia. O evento teve início por volta das 9h30min, a organização do evento fez o acolhimento na pauta a discussão sobre políticas de terreiros e política para terreiro, violação de e as mobilizações por reconhecimentos de direitos dos povos tradicionais de matriz africana e de Umbanda. Nesta oportunidade foi realizado o acolhimento dos convidados por meio das respectivas inscrições para o evento, em seguida a formação da mesa seguindo dando início dos debates também sobre Projeto Meu Ilê, Meu Axé foi objeto de discussão sobre o Fórum Regional de Religião de Matrizes Africanas.
Ubiraci Matildes (palestrante) fala que precisa usar a tecnologia para facilitar a comunicação e precisamos usar essa ferramenta tecnológica para as políticas públicas, esse foi o tema da palestrante, cada terreiro tem os seus ensinamentos diferenciados e precisam estarem interagindo para que possamos mudar essa sociedade que vivemos e também sabemos o quanto ela é racista, homofobica e mizojena, é uma sociedade que tem o racismo religioso na sua estrutura, portanto é muito importante que nós possamos se conhecer, se unir na adversidade e é isso que fazemos dentro da SEPROMI, é essa mensagem que trago da secretária Ângela Guimaraes sobre a importância deste evento em Irará porque esse é o inicio das quebras de paradigmas que foram colocados para que agente pudéssemos dizer que o culpado é o nosso irmão, esse Fórum, essa associação também é uma quebra de paradigma que a sociedade colocou em nossas cabeças e em nosso colo, então nós temos que acabar com isso quando a gente se une para realizar uma ação desta importância, salientou.
As políticas pública precisa começar no município e saber como essas políticas estão chegando, nós temos o entendimento que a responsabilidade é apenas do ente federado e não. Tanto a politica pública de saúde como também a de educação ela precisa começar nos municípios, porque ela é uma política Inter federativa como todas as políticas públicas. “Não existe políticas públicas monopolizadas pelo presidente da república e nem pelo governador, ela tem responsabilidade federativa e exemplo do SUS que ainda é o melhor do mundo. Destacou.
O advogado Sidnei e militante das religiões de matrizes africanas falou sobre questões que envolvem o direito de terreiros de matriz africana, a injuria e o racismo precisam ser muito bem esclarecidas, porque o crime de injúria é aquele que é cometido com base nas confissões religiosa das pessoas, por tanto qualquer religião ou pessoa pode sofrer, a exemplo de um bispo evangélico que quebrou com vários chutes uma estátua de Nossa Senhora Aparecida, então isso é crime de injúria, o que nós sofremos se não fosse uma imagem de nossa senhora, e fosse um assentamento de exú, uma quartinha de ogum, isso seria muito brando classificar como injúria racial, isso é racismo religioso, porque o crime que está sendo cometido no momento não é apenas porque a religião dele (pastor)é diferente da minha (matriz africana), existe um componente racial e o religioso em tudo que sofremos, o componente racial nunca vai deixar de nos acompanhar, destacou.
Jessí, professora declarou que nasceu dentro de um terreiro de candomblé e neta de babolirixá, sobrinha de yalorixá, sou dirigente da pasta de igualdade racial órgão da APLB Sindicato em Salvador, então na ideia de forma esse fórum isso é um sonho que está sendo concretizado hoje em Irará, agradecemos a cada um de vocês que se dispuseram a vir fazer esse trabalho que é um polo do estado da Bahia que é a criação deste primeiro encontro Regional de Matriz Africana e a fundação desta instituição (associação) finalizou.
Após o almoço foi formada mesas de temas que foram discutidos pela manhã, a exemplo da fundação da Associação Regional de Matrizes Africanas.
Por Clóvis Gonçalves
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