A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta quarta-feira (15) um projeto de lei que determina a promoção de campanhas permanentes de conscientização sobre a automedicação. O PL 1.108/2021 , da Câmara dos Deputados, recebeu voto favorável da relatora, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), e agora segue para análise do Plenário do Senado.
De acordo com o texto, os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as esferas deverão promover campanhas permanentes de conscientização contra a automedicação, especialmente no que se refere à ingestão de antibióticos ou de medicamentos sujeitos a controle especial.
No relatório, Damares cita uma pesquisa do Conselho Federal de Farmácia (CFF) segundo a qual 77% dos entrevistados admitiram se automedicar. A relatora também mencionou dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) que registraram, em 2017, 20 mil casos de intoxicação por medicamentos no Brasil.
“É comum a falta de compreensão dos medicamentos pela população leiga, que não tem um conhecimento adequado sobre vários aspectos relacionados aos medicamentos, como mecanismo de ação, interações medicamentosas, dosagens, efeitos adversos, contraindicações etc. A automedicação ainda pode mascarar sintomas de doenças subjacentes mais graves. Nesses casos, ao aliviar temporariamente os sintomas, a prática adia a busca por tratamento adequado, permitindo que a doença se agrave”, afirma.
A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) ressaltou a importância de dar visibilidade ao problema. Zenaide, que é médica, ressaltou que a automedicação pode mascarar doenças mais graves:
— A dor é um sintoma de algo que pode ser grave. Você mascara a dor por um tempo, e o diagnóstico de verdade demora a ser feito.
Vinícius Gonçalves, sob supervisão de Guilherme Oliveira
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