Oito séculos separam um jovem de Assis, cidade no centro da Itália, e um de Buenos Aires, capital da Argentina, que em comum têm um nome: Francisco. Mas não só: ambos dedicaram suas vidas a levar alívio e dignidade aos desassistidos em suas próprias épocas. Agora, em pleno século XXI, ambos se encontram e trocam pensamentos: querem entender como o barulho todo do mundo, de ingratidão, desamparo e ganância, tem crescido e abafado a mensagem de amor ao próximo.
O local do encontro? Uma lavanderia. Este é o ponto de partida de "Entre Franciscos, o Santo e o Papa", a nova peça de Gabriel Chalita, que estreia no dia 10 de maio no Teatro Sérgio Cardoso (Sala Paschoal Carlos Magno), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
A lavanderia não é um estabelecimento comercial qualquer: trata-se da chamada "Lavanderia do Papa Francisco", inaugurada em 2017 em Roma, para que a população de rua tivesse como lavar e passar suas roupas e mantas. Desde então, o projeto já ganhou unidades em Gênova, em 2019, e outras duas em Turim, no ano passado.
Na peça, o Papa Francisco vai à lavanderia, quando, cansado da realidade inclemente do mundo de hoje, com fome, guerra e outras tragédias, precisa de uma pausa para descansar e refletir. Lá, um dia, encontra um jovem acompanhando a lavagem de suas roupas, à espera ao lado da máquina de lavar. E começam a conversar.
Chalita diz que, ainda que sejam duas figuras religiosas, os diálogos e as angústias que cada um traz à conversa transcendem as divisões religiosas. “Você poderia assistir essa peça e esquecer que são o papa e São Francisco. São apenas dois homens”, diz.
A inspiração para colocar os dois personagens no palco veio de uma imagem do cotidiano, explica Chalita. “Um dia, caminhando por uma grande cidade, vi um senhor idoso sentando-se ao lado de um homem, morador das ruas, para cuidar dele. A imagem ensinadora lembrou dois Franciscos, o santo e o papa”, diz o autor.
São Francisco é interpretado pelo ator César Mello, conhecido por seu trabalho em novelas da TV Globo, como “Viver a Vida”, “Lado a Lado”, “Sangue Bom” e “Babilônia”. E seu talento nos palcos é mais conhecido por seu trabalho em musicais, como “Rei Leão” e “Wicked”. Os diálogos de seu personagem na peça de Chalita são todos baseados no que dizia São Francisco. “É muito bom encontrar ‘personagens-professores’, que mudam a dinâmica da sua vida, te questionam, te incomodam”, diz o ator.
O Papa Francisco, por sua vez, é interpretado pelo ator Paulo Gorgulho, que estreou na TV em 1984, e, desde então, já viveu dezenas de papéis na TV e no cinema, como a novela “Pantanal” (1990), o filme “O Jardim Secreto de Mariana” (2021) e a série “Todo Dia a Mesma Noite” (2023).
Amor filosófico
Trata-se de uma peça sobre “o amor filosófico que está em cada um de nós, nosso caráter, crenças e dúvidas”, diz o diretor do espetáculo, Fernando Philbert – que já foi indicado, em 2019, ao Prêmio Shell por “Todas as Coisas Maravilhosas”. “É preciso caminhar para encontrar respostas e às vezes elas ainda não existem”.
O cenário da peça – uma lavanderia – funciona como uma maneira figurada de se representar o que os dois personagens conversam ao longo da peça. No diálogo entre os Franciscos, ambos vão tentando lavar, por assim dizer, as dores e tristezas do mundo. A lavanderia questiona, então, “quais são os barulhos do mundo e os caminhos que estamos tomando. Por meio da dimensão humana desses personagens, a peça quer inspirar o público com reflexões do mundo contemporâneo”, explica Chalita.
A peça é apresentada pelo Ministério da Cultura, Rede DOr, Instituto YDUQS e Estácio, e tem o patrocínio da Ternium e do Grupo Qualicorp. Ficará em cartaz até 30 de junho de 2024, sextas, sábados e domingos, às 18h. A direção de produção é de Guilherme Logullo, a cenografia de Natália Lana, os figurinos de Karen Brusttolin, o desenho de luz de Vilmar Olos e a realização da Luar de Abril.
Sinopse:
"Entre Franciscos, O Santo e O Papa” mostra o Papa Francisco preocupado e cansado dos problemas do cotidiano. Ele entra na lavanderia do Vaticano, local que mandou construir para a população de rua e encontra um homem. Inicialmente, ele não percebe, mas este homem é São Francisco de Assis e, aos poucos, o diálogo entre essas duas icônicas figuras vai revelando dores, incertezas, mas também amores, fé e reflexões sobre os grandes dilemas da humanidade.
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FICHA TÉCNICA:
Elenco: Paulo Gorgulho e César Mello
Texto: Gabriel Chalita
Direção: Fernando Philbert
Cenografia: Natália Lana
Desenho de Luz: Vilmar Olos
Figurino: Karen Brusttolin
Trilha sonora: Gui Leal
Design gráfico: Igor Gabriel Paz
Direção de produção: Guilherme Logullo
Assistente de direção/produção: Renata Ricci Assessoria de imprensa: GBR Comunicação Idealização: Gabriel Chalita
Realização: Luar de Abril
SERVIÇO:
ENTRE FRANCISCOS, O SANTO E O PAPA
Temporada: De 10 de maio de 2024 a 30 de junho de 2024 Horários: sexta, sábado e domingo, às 18h
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista - São Paulo/SP Duração: 70 minutos
Bilheteria oficial: sympla.com.br
Telefone: (11) 3288-0136
Valores: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada) Vendas on-line: http://linktr.ee/
Sobre o Teatro Sérgio Cardoso
Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso mantém a tradição e a relevância conquistada em mais de 40 anos de atuação na capital paulista. Palco de espetáculos musicais, dança e peças de teatro, o equipamento é um dos últimos grandes teatros de rua da capital, e foi fundamental nos dois anos de pandemia, quando abriu as portas, a partir de rígidos protocolos de saúde.
Composto por duas salas de espetáculo, quatro dedicadas a ensaios, além de uma sala de captação e transmissão, o Teatro tem capacidade para abrigar 827 pessoas na sala Nydia Licia, 149 na sala Paschoal Carlos Magno, além de apresentações e aulas de dança no hall do teatro.
Sobre a Amigos da Arte
A Associação Paulista dos Amigos da Arte é uma Organização Social de Cultura que trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo fomentar a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus 20 anos de atuação, a Organização desenvolveu mais de 70 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas.
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