Cenário da educação na pandemia

A educação brasileira no período da pandemia

Como os alunos e profissionais de educação se adaptaram, e qual o desenrolar desse cenário ao longo desse período

Em primeiro lugar é necessário entender o cenário no qual estamos inseridos, o de um país com escala continental e com uma história onde se desenvolveu e estabeleceu acentuada desigualdade social, e isso se mostra de forma ainda mais negativa, com relação à educação.

Desde o início da pandemia, quando entendemos que a “quarentena” não duraria apenas quinze dias, tivemos que lidar com as salas de aula fechadas e 48 milhões de crianças e adolescentes que estão na educação básica deixaram de frequentar as escolas do país como forma de prevenção à propagação do Coronavírus. Assim, os profissionais de educação se debruçaram sobre a questão para encontrarem um meio de elaborar o conteúdo e as atividades chegarem até os alunos da melhor e mais eficaz forma possível, na tentativa de que, mesmo com todas as dificuldades impostas, a proposta pedagógica fosse colocada em prática. Essa estratégia estava baseada no ensino remoto.

Mas as escolas, os professores e alunos não estavam preparados para esse cenário. As estruturas de ensino não estavam organizadas para o que estava por vir quase de forma instantânea. A grande maioria das escolas não tinham o suporte técnico necessário para ofertar ensino remoto e também não havia o preparo ou mesmo o costume por parte dos alunos, de acessar as plataformas de ensino à distância.

Posto em prática o projeto de ensino mediado pela tecnologia, as preocupações enfrentadas por toda a população também têm acometido os alunos e profissionais de educação e não poderia ser diferente. Apesar do sentimento de medo, ansiedade e insegurança, inevitáveis diante do cenário mundial, esses profissionais se sentem com boa saúde mental para realizar o seu trabalho mesmo diante dessas dificuldades.

Quanto ao processo de aprendizagem, esse foi o grande obstáculo encontrado pelos alunos, transformar o ambiente de descanso e entretenimento, em sala de aula com rotinas pesadas de estudos e atividades. Esse processo que teve início em março de 2020 foi de difícil adaptação, pois envolvia tanto aspectos práticos, logísticos, como questões emocionais e comportamentais. Não há como dizer que não houve prejuízo pedagógico com tamanhas mudanças na rotina, porém, os esforços foram reais na tentativa de minimizar essas perdas.

Do outro lado os pais perceberam também, diante dessa situação, o quanto estavam em sua maioria, ausentes da vida escolar dos filhos. Com essa nova forma de aprendizagem, a família percebeu a necessidade de se inteirar dos conteúdos, metodologias e material didático utilizado pelos professores para trabalharem o ensino com seus filhos.

Há um ditado que diz: “a necessidade não consulta conveniência”, nisso consiste exatamente o que foi vivido na educação e em outras áreas nessa pandemia mundial. Embora não tenha sido por um motivo ameno, pode-se dizer que houve um saldo positivo, como a busca por uma nova forma de pensar uma renovação para educação.

As gerações de profissionais de um futuro próximo, que hoje ocupam as cadeiras das salas de aula do ensino fundamental e até mesmo o médio, se depararam com a urgência no desenvolvimento de habilidades que alguns sequer conheciam, habilidades essas que figuram as capacidades necessárias para profissões que ainda nem existem formalmente, ou começam a se desenhar nos dias atuais. O profissional que têm interesses em diversos campos de conhecimento e desenvolve habilidades diversas, já estará em vantagem nesse futuro mercado de trabalho.

Com esse novo processo de educação, o que percebemos é que alunos e professores diante desse cenário fora de controle imediato, mostraram resiliência, esforço, coragem e otimismo para encarar esse desafio e dar continuidade no processo mais importante e significativo na vida de qualquer pessoa, o de obter conhecimento e educação.