Mais de meio milhão de documentos digitalizados. Esse é o número de processos que deixaram de existir, em 2023, na Procuradoria Geral do Estado do Piauí (PGE) apenas na forma de papel físico. Todos foram informatizados dentro do projeto “PGE Digital”, implantado há dez meses com objetivo de digitalizar 100% do acervo documental e bibliográfico de meio século do órgão, a custo zero para o erário público.
Foram documentos e processos, de todas as ordens, digitalizados por, pelo menos, dez servidores da própria PGE, que utilizando scanners de última geração, promoveram uma melhoria na estrutura funcional do órgão, principalmente no que se refere a pesquisa, tanto para os servidores quanto para o cidadão piauiense. É construção da memória viva da Procuradoria, que teve início ainda em 2019.
“Esse trabalho, de fato, já vem há quatro anos, quando quase 19 mil pareceres das licitações foram digitalizados. Mas, em fevereiro deste ano, implantamos o projeto para a tender toda a PGE e assim, também, trabalharmos dentro do projeto do governador Rafael Fonteles, de transformar o Piauí no estado mais digital da Federação, bem como ter o governo sem papel”, destacou Victor Lima, procurador-geral adjunto para Assuntos Administrativos.
Maria Suely de Carvalho Oliveira, tem 65 anos de idade, trinta deles dedicados a PGE. Ela sempre atuou no setor de material. Porém, por questões de saúde ficou um período afastada. Voltou esse ano, soube do projeto e o abraçou com tudo. Resultado: ela é a campeão de digitalização, entre os servidores capacitados para o serviço. Sozinha, Suely, como é mais conhecida, informatizou mais de 145 mil documentos, o que representa 28% do total.
“Nunca tinha visto um scanner na vida. Era péssima em informática. Mas, aprendo rápido e não tive dúvidas quanto a essa nova função aqui no órgão”, disse Suely, acrescentando que o projeto PGE Digital lhe deu uma nova vida e ânimo para trabalhar por mais uns anos. “Não gosto de me sentir ociosa, tenho muito gás ainda e não quero nem tão cedo me aposentar. Hoje me sinto viva”, completou a servidora, que também é formada em direito.
Apesar do “PGE Digital” trabalhar na mesma diretriz de transformar o governo em um estado totalmente digitalizado, ele é criativo e diferenciado. Isso por que é feito justamente pelos servidores, com material e equipamentos do próprio órgão. “É algo que não tem custos extras ao estado e que pode ser implementado em outros órgãos do governo”, pontuou Pierot júnior, procurador-geral do Piauí.
A conclusão do “PGE Digital” deverá demorar um pouco, tendo em vista que são, ao todo, mais de 6 milhões de documentos, que logo que forem todos digitalizados vão dar mais celeridade às tramitações de processos do executivo e promover a entrega aos cidadãos de serviços públicos de forma digital, evitando deslocamentos e racionalizando o uso dos recursos.
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