"COM A PALAVRA, O ADOLESCENTE: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS – ATOS DE RESISTÊNCIA E SOBREVIVÊNCIA DURANTE A PANDEMIA CAUSADA PELA COVID-19"
Na próxima quinta-feira, 10 de agosto, a partir das 9h, no auditório da Academia de Polícia Militar, teremos o lança do livro "COM A PALAVRA, O ADOLESCENTE: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS – ATOS DE RESISTÊNCIA E SOBREVIVÊNCIA DURANTE A PANDEMIA CAUSADA PELA COVID-19"; relatos e sentimentos de 187 adolescentes alunos do Colégio da Polícia Militar - Unidade Dendezeiros, que durante a pandemia, expressaram suas vivência familiares, pessoas e do convívio com tecnologia e amigos. Os textos foram selecionados catalogados e organizados pela professora Andreia Sousa, que teve a excelente ideia de imortalizar neste projeto.
Em cada página um autor, uma vida! Consubstanciamos sentimentos e experiências nestas palavras aqui escritas, produzimos um documento histórico e filosófico, para que as futuras gerações possam entender o que vivenciamos quando a Organização Mundial de Saúde, declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional, em 30 de janeiro de 2020, em decorrência da doença por Coronavírus – COVID-19 (SARS-CoV 2). Esta é uma produção coletiva de 187 estudantes da Educação Básica comprometidos em registrar este momento histórico com os seus próprios olhares.
APRESENTAÇÃO
O que é um texto filosófico? Muitos dirão que é uma escrita com profundo teor epistêmico, com rigor e densidade que marcam os grandes textos de Filosofia, mas refletindo há mais de 16 anos quando conclui a graduação em Filosofia e iniciei meus estudos mais aprofundados nesta disciplina provocativa, a Filosofia é uma provocação ao questionamento. Ao filosofar sobre o mundo da vida, esta obra tem esta “cara” filosófica. Daí apresentar um escrito de Filosofia que tem como protagonistas jovens de escola pública, estes da periferia de uma grande metrópole, nos provoca a refletir o quanto está ousadia pode se constituir em adorável texto filosófico, como podemos de fato dizer: “está aí um achado de Filosofia”. Lendo e relendo estas narrativas “mergulho” na maiêutica Socrática, onde a ignorância se revela saber, conhecimento, episteme, onde o caminhar aprendente se faz com o outro porque “ mestre é aquele que ensinando de repente aprende (ROSA, 2002), nada mais filosófico que este ensinamento de “Grande sertão: veredas, seguindo esta trilha e nesta busca pelo “melhor” filosofar acreditamos que os textos aqui selecionados revelam o princípio socrático de uma maiêutica, onde os autores buscam na compreensão de sua ignorância o saber, este que só é possível no diálogo que em suas obras Platão nos ensinou a cultivar como princípio ético do agir humano. Mas que também é práxis de uma filosofia da ética como ação, como movimento, como acontecimento, também já desenvolvida por Aristóteles em sua pedagogia da práxis, pois só se aprende experienciando, só vive vivendo, só se escreve escrevendo, isso este texto tem de mais fecundo, a busca pelo bem escrever, o amor ao texto que fala o que o pensamento subjetiva. Amor celebrado na importante obra “O Banquete” de Platão, onde este sentimento do ser humano se torna fazer pedagógico, amor que revela este texto tão ousado em sua escrita pedagógica, escrita filosófica, amor de professora, estudantes por sua escola, por sua cidade, por sua nação, por sua dignidade, amor que é práxis, que é aprendizado, ou melhor (des)aprendizado do aprender, desaprender pra voltar a aprender, sem amarras da tradição de uma escola que funda-se, perpetua-se com o domínio dos signos da ciência instrumental, eles não querem o domínio, querem o diálogo, não querem paradigmas, nem a única verdade entre saberes, entre o que compreendem ser o mundo da vida, o que é filosofar.
