A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) criticou a aprovação, pela Fundação Nacional do Índio (Funai), de estudo para identificação e delimitação da terra indígena Kapôt Nhinore, localizada entre as cidades de Vila Rica e Santa Cruz do Xingu, no Mato Grosso, e o município de São Félix do Xingu, no Pará. Em pronunciamento na terça-feira (1º), a parlamentar se disse surpresa com a decisão, pois o objetivo é a demarcar 360 mil hectares de terras de uma região que, segundo ela, "produz gado e soja, tem florestamento e vem gerando emprego e renda nas últimas três décadas para todo o Brasil".
— São produtores rurais que vêm trabalhando dentro das quatro linhas, recebendo inclusive financiamento do próprio governo para que aumentem as suas produções, e agora estão assustados com o que pode acontecer com as suas propriedades e com a sua família. Um estudo preliminar do Instituto Pensar Agro [IPA] aponta que isso impactaria 201 proprietários que possuem a legitimidade da posse das suas terras. Eles pagaram impostos ao longo dos anos, fizeram investimentos, seguiram as regras, inclusive, de compensação de florestas e agora são vítimas do termo que parece estar na moda: a bendita insegurança jurídica — declarou.
Buzetti afirmou que o grupo indígena que reivindica suas terras tradicionais tem apenas 60 membros e questionou se seriam necessários mais de 360 mil hectares de terra. Para a senadora, é fundamental um estudo detalhado para evidenciar como é a cultura desse povo, quais as suas necessidades em termos de flora e fauna e qual a quantidade de terra necessária.
A senadora disse também que se reuniu com a presidente da Funai, Joenia Wapichana, para entender mais sobre o trabalho e como seria a indenização aos agricultores. A senadora também destacou que a bancada do Mato Grosso, da qual é coordenadora, terá um encontro com o governador do estado, Mauro Mendes, e com representantes dos produtores rurais para definir quais serão seus próximos passos.
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