O sustento de Hélio Kleber Corrêa, de 42 anos, vem da criação de peixe. São seis viveiros-escavados em um total de 20 mil metros, com 12 mil unidades de pirapitinga, tambaqui e tambatinga. O Sítio Novo Progresso estende-se em 80 hectares na comunidade Santa Luzia, às margens do Rio Moju, em Gurupá, no Marajó.

“Hoje eu digo que a piscicultura é a atividade mais rentável para a agricultura familiar aqui do nosso município. O lucro ultrapassa os 60%”, calcula Corrêa, atendido há mais de 15 anos pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).

A produção anual na propriedade é de 30 toneladas. Esse alcance tem o respaldo de dois financiamentos, para custeio e investimento, os quais somam R$ 150 mil, a partir de projetos da Emater e liberação do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF).

Curso

O produtor rural foi um dos participantes do Curso de Piscicultura de Gurupá, promovido pela Emater neste fim de julho, com parceria da Prefeitura, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (IcmBio) e Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), entre outros. A programação significou continuidade da I Semana de Piscicultura de Gurupá, realizada em maio.

No evento de agora, 30 famílias, incluindo quilombolas, protagonizaram uma imersão tecnológica em atualizações sobre a atividade, na abordagem de tópicos como qualidade da água e manejo. As aulas práticas situaram-se em áreas acompanhadas pela Emater: o Sítio Novo Progresso e a Fazenda Viana.

De acordo com a engenheira florestal e especialista em engenharia de segurança do trabalho Simone Damasceno, da Emater, o curso fortalece a atuação da Emater no segmento: “A piscicultura é uma excelente oportunidade de diversificação do aproveitamento da propriedade e da rotina da agricultura familiar, no sentido de sustentabilidade, segurança alimentar e geração de renda”, pontua.

Um novo módulo de capacitação deve acontecer em setembro.

Texto de Aline Miranda