O senador Alan Rick (União-AC) criticou em pronunciamento na terça-feira (20) ataques recebidos pelo programa Mais Médicos por utilizar mão de obra de profissionais formados no exterior, especialmente os brasileiros. Para o senador, o programa realizou "uma verdadeira revolução" desde que foi criado, em 2013, levando médicos da atenção básica para mais de 4,1 mil municípios do interior e das periferias.
Rick salientou que a mortalidade infantil foi reduzida drasticamente durante a manutenção dos profissionais nos municípios mais pobres, o que prova que o programa é bem-sucedido. Segundo o senador, o Mais Médicos também conseguiu atender municípios e distritos sanitários indígenas que estavam havia anos sem acompanhamento.
Segundo o parlamentar, dados da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde mostram que os médicos brasileiros formados no exterior são os que costumam permanecer por todo o tempo do contrato. Estudantes que não conseguem vagas em universidades públicas brasileiras, destacou Alan Rick, precisam recorrer às instituições privadas ou às universidades na Bolívia, Argentina, Paraguai, Peru e Cuba para obter formação médica.
— Eles vão tentar a sorte, eles vão buscar a sua vocação nesses outros países. E, depois que se formam, eles buscam a revalidação para poder trabalhar no Brasil. E, quando esses médicos tiveram oportunidade de trabalhar no programa Mais Médicos, eles demonstraram que são aqueles que a população mais aprovou, porque são os que permanecem todo o tempo no posto de saúde, na unidade básica atendendo a população. Então, os números já comprovam o que nós falamos. O médico brasileiro formado no exterior não pode ser vilipendiado, não pode ser tão maltratado como é hoje — afirmou, destacando a aprovação da MP 1.165/2023, que retomou e ampliou o Mais Médicos .
O senador aprovou a decisão da relatora, senadora Zenaide Maia (PSD-RN), quanto ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), do Ministério da Educação. A relatora retirou a obrigatoriedade do Revalida nos primeiros quatro anos de contrato com o programa Mais Médicos. Tal como Zenaide, Alan Rick criticou a maneira como o Revalida é feito, com atores contratados para simular doenças, o que já teria causado problemas em diversos estados.
— Ora, qual o melhor caminho para se ter realmente a avaliação necessária de que aquele profissional está preparado? É o seu acompanhamento, num caso concreto, numa unidade de saúde, numa unidade básica de saúde, com um médico tutoreando. Esse é o caminho para a gente fazer um Revalida justo. É isto que nós sonhamos: uma qualificação necessária e um Revalida justo, que não seja uma prova que desqualifique e que tenha parâmetros apenas para impedir o ingresso desses médicos no mercado de trabalho, mas que seja uma prova que possibilite que essa mão de obra seja aproveitada no Brasil — disse Alan Rick.
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