A sessão solene para homenagear o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, realizada nesta segunda-feira (19) na Câmara dos Deputados, foi marcada pela defesa da necessidade de proteger os que ainda estão na região próxima ao Vale do Javari, no Amazonas, com a conservação da floresta e a garantia dos direitos dos povos indígenas. Bruno e Dom foram assassinados em junho do ano passado, quando navegavam na região.
Procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, Eliésio Marubo desabotoou a camisa durante a sessão para mostrar o colete à prova de balas que precisa usar para se proteger. “Eu não quero acreditar que, em um Estado Democrático de Direito, isso aqui seja normal [bate no colete]. Isso não é normal. Andar com segurança do lado não é normal. Não é para ser considerado normal”, lamentou.
A deputada Juliana Cardoso (PT-SP), que solicitou a sessão, disse que os povos indígenas já perderam muitas pessoas na defesa dos seus direitos e precisam ser cuidados. E citou Bruno e Dom. “Os legados deles vão continuar. Vão ecoar no mais alto tom não somente na Amazônia, mas em todo o nosso Brasil. A voz desta pauta, daqueles que lutam pela garantia dos direitos e da proteção territorial do nosso povo”.
Em julho de 2022, o Ministério Público denunciou três pessoas pelos homicídios e ocultação de cadáveres. Em janeiro deste ano, a Polícia Federal apontou Ruben Dario Villar, conhecido como Colômbia, como o mandante dos crimes. Ele é suspeito de atuar com pesca ilegal no Vale do Javari. O Ministério dos Povos Indígenas criou um grupo de trabalho para promover a segurança na região.
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