A multicampeã paralímpica brasileira Beth Gomes, de 58 anos, voltou a quebrar seu próprio recorde mundial no arremesso de peso da classe F53 (cadeirantes) ao obter a marca de 7,16 metros de distância. A façanha ocorreu nesta quinta-feira (15) na abertura do Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de atletismo, no Centro de Treinamento Paralíimpico (CTP), em São Paulo. A competição é preparatória para o Mundial de Atletismo, de 8 a 17 de julho, em Paris (França).
"Foi uma competição bem complicada, por causa do tempo chuvoso, o que faz o implemento escorregar da mão. Mas, graças a Deus, foi tudo bem, entrei muito preparada, aquecida e estou muito feliz”, afirmou a atleta santista, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Além do arremesso de peso, Beth Gomes também disputará as provas de lançamento de disco e de dardo no Mundial, no próximo mês.
“Vou lá fazer o meu melhor, independente de medalha, para que eu possa deixar a minha marca”, projetou a atleta, diagnosticada com esclerose múltipla nos anos 1990.
Em maço deste ano, Beth já havia batido, após 30 anos, o recorde mundial com arremesso de 6,15m, durante o Grand Prix de Marrakech (Marrocos). O resultado da brasileira, no entanto, segue à espera de homologação pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), que continua atribuindo o recorde mundial à neozelandesa Smith Cristeen: 5,88m obtidos na Alemanha, em 1994.
A temporada 2023 tem sido exitosa para a atleta santista, campeã paralímpica e mundial no lançamento de dardo. No início de maio, Beth Gomes já superara seu próprio recorde mundial ao lançar o dardo a 13,89m durante o Circuito Paralímpico Loterias Caixa (segunda fase nacional).
Também nesta quinta (15), outros dois atletas que representarão o Brasil no Mundial de Paris quebraram recordes das Américas no Campeonato Brasileiro Loterias Caixa. O paulista Matheus de Lima, da classe T44 (atletas com limitações nas pernas) completou a prova dos 100m da classe T44 (limitações nas pernas), em 11s65, superando a marca anterior de 11,67, obtida por ele próprio no ano passado, no Grand Prix de Paris.
Quem também brilhou foi a amapaense Wanna Brito, no arremesso de peso da classe F32 (paralisados cerebrais), que cravou 7,35m, baixando o recorde continental conquistado por ela mesma em maio com a marca de 6,98m, no Circuito Loterias Caixa. Todavia, o site do IPC, ainda cita como recorde continental mais recente o obtido pela argentina Marilu Romina Fernandez: 5,14m em setembro de 2022, em Paris.
O Campeonato Brasileiro de Atletismo prossegue até sábado (17), com participação de jovens promessas da modalidade e medalhistas paralímpicos. Entre estes últimos estão Alessandro Silva, ouro e recordista no lançamento de disco na classe F11, Petrúcio Ferreira, ouro e recordista nos 100 m na classe T47; Claudiney Santos, ouro no lançamento de disco; e Raissa Machado, prata e recordista mundial no lançamento de dardo na classe F56, entre outros.
A competição serve de preparação para o Mundial de Atletismo de Paris, o maior evento esportivo paralímpicos após os Jogos de Tóquio em 2021. Isto porque o Mundial de Kobe (Japão) - inicialmente programado para 2021, mas adiado duas vezes devido à pandemia de covid-19 – foi reagendado para maio de 2024.
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